O mercado de tecnologia vive um boom de valorização das empresas na bolsa de valores. A Meta mais do que duplicou seu valor de mercado no último ano. A Amazon, por sua vez, viu suas ações subirem mais de 70% no mesmo período. Com essa alta, os fundadores aproveitaram para encher o bolso.

No mês passado, Jeff Bezos vendeu mais de 50 milhões de ações da Amazon, o que correspondeu na época a uma transação próxima de US$ 8,5 bilhões (equivalente a R$ 42,3 bilhões). Foi a primeira venda de ações do fundador da varejista desde 2021. Andy Jassy, CEO da Amazon, também vendeu US$ 21,1 milhões (pouco mais de R$ 105 milhões) em ações.

Neste mês, Mark Zuckerberg se desfez de parte de sua participação na Meta, empresa avaliada em US$ 1,2 trilhão. O empresário vendeu 154 mil ações por cerca de US$ 75,8 milhões (R$ 377,3 milhões).

Peter Thiel, da Palantir, companhia que tem valor de mercado superior a US$ 55 bilhões, vendeu 7 milhões de suas ações por US$ 178 milhões (R$ 886 milhões) nos últimos dias. As ações da desenvolvedora de software mais do que triplicaram de valor nos últimos doze meses.

O movimento de vender parte das ações não é incomum, mas chama a atenção pelo momento em que isso está sendo realizado. Com ações em alta nos últimos meses, há receio de que o mercado de tecnologia esteja se aproximando do pico de valorização antes de uma correção de preços.

Segundo dados da consultoria Verity LLC coletados de acordo com registros públicos das transações enviadas para órgãos reguladores nos Estados Unidos, as negociações de ações envolvendo insiders estão em seu maior movimento desde o primeiro trimestre de 2021.

Esse seria um mau sinal para os investidores que ainda estão alocados nessas empresas. “Se eles (os fundadores) pensam que estamos no topo e por isso vão sair, isso é um sinal bastante claro para todos os outros”, disse Charles Elson, presidente de governança corporativa na Universidade de Delaware, ao Financial Times.

Para Ben Silverman, vice-presidente de pesquisa da Verity, “há um evidente aumento no apetite pela geração de liquidez” neste momento. “Parte disso se deve pela demanda reprimida após as vendas feitas por insiders em 2022 e 2023 e ao impulso no desempenho do mercado de ações”, afirmou.

Procuradas pelo FT, as companhias não se manifestaram sobre as transações realizadas por seus fundadores.