Quando o BTG Pactual anunciou a compra da Clave Capital e a chegada de Rubens Henriques para o comando da BTG Asset, o mercado passou a especular qual seria o mandato do executivo no novo posto. E, obviamente, uma das principais correntes era a de que ele implantaria o modelo de multimesas na gestora do banco de André Esteves e Roberto Sallouti.

Pois a tese começa a ser comprovada com o lançamento da BTG Pactual Synergy, nova mesa de gestão de renda variável comandada por dois tarimbados gestores: Lucas Cachapuz, sócio fundador da Genoa e ex-JGP, e William Dominice, sócio fundador da Clave Capital e ex-SPX. Essa mesa conta com três fundos e em apenas 10 dias já tem R$ 400 milhões sob gestão. O NeoFeed apurou que a meta é alcançar R$ 1 bilhão até julho.

Os fundos vão investir em ações com o objetivo de gerar ganhos evitando grandes oscilações. As estratégias contemplam o BTG Synergy Equity Hedge Multimercado, que terá o CDI como referência e não depende de direção de mercado; o BTG Synergy Long Bias, com direcional de bolsa e defesa das grandes quedas em várias geografias; e o BTG Synergy Long Only, estratégia superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo.

Um profissional que conhece a estratégia do banco disse ao NeoFeed que o plano da BTG Asset é criar produtos diferentes, trazendo gente boa e usar a estrutura do banco. A nova família Synergy, que significa sinergia entre a asset mesa e o banco, terá independência para gerir os produtos. Os gestores que estão chegando e os outros que devem chegar para novos produtos são pessoas forjadas na bolsa contra o CDI e têm gestão mais ativa no dia a dia.

A ideia é que os gestores usem toda a infraestrutura do banco, como time econômico e de análise, com a tecnologia de gestão de asset independente. O NeoFeed apurou que esse é o início das multimesas na BTG Asset. É a primeira de várias outras mesas que serão criadas. Isso não é uma novidade para Henriques, que comanda a BTG Asset. Afinal, ele criou essa estratégia com a família Global Dinâmico quando foi CEO da Itaú Asset.

Mas, diferente da Itaú Asset, onde a estratégia de gestão alternativa é bem separada com a Kinea, na BTG Asset há uma atuação em todas as classes de ativos. “E a BTG Asset conta com um modelo de partnership para que os profissionais fiquem por muitos anos”, diz um profissional de mercado que conhece o negócio.

Além da estratégia de multimesas, a ideia é aproveitar as fortalezas do banco que estão espalhadas, mas não conectadas. Isso inclui as assets do BTG no México, no Chile, na Colômbia, nos EUA e outras geografias. Uma fonte que teve acesso aos planos do banco diz que são operações de excelência espalhadas pelo mundo e o trabalho é juntar isso e transformar em produtos.