O Grupo Casas Bahia anunciou uma renegociação de R$ 1,5 bilhão de dívidas que venciam em 2024 e 2025, ganhando um fôlego extra para tocar o seu plano de reestruturação.
Em fato relevante, a varejista informou que assinou com um documento com um grupo de instituições financeiras para reperfilar dívidas de emissões de Cédulas de Crédito Bancário e da 9ª emissão de dêbentures da empresa.
O NeoFeed apurou que essa renegociação aconteceu com o Bradesco e o Banco do Brasil. Agora, faltam só formalizações para que os documentos definitivos sejam assinados.
"Esse foi um sinal de confiança na execução do plano de reestruturação da Casas Bahia", diz uma fonte a par das negociações ao NeoFeed.
Segundo o acordo, as dívidas terão um novo vencimento (36 meses) e a amortização do principal ocorrerá após a carência de 18 meses, em pagamentos trimestrais de 5% (após a carência) e de 70% no 36º mês. O custo das operações será de CDI + 4% ao ano.
A Casas Bahia diz ter uma posição de caixa, que inclui recebíveis de cartões, de R$ 3,6 bilhões no fim de 2023 (dados antecipados e não auditados). Com o reperfilamento dessa dívida, a companhia tem R$ 1,769 bilhão a pagar nos próximos 24 meses. Antes, eram R$ 3,137 bilhões. A dívida de longo prazo, que representava 41% do passivo da empresa, agora passou para 69%.
A Casas Bahia apresentou, no ano passado, um plano de reestruturação sob o comando de Renato Franklin que se dividia em duas frentes.
A primeira delas era a reestruturação do capital, cujo passo de hoje foi um dos principais, afastando temores de insolvência. Mas a Casas Bahia também fez uma operação de follow on, em que levantou R$ 620 milhões em setembro do ano passado.
Na frente operacional, a Casas Bahia demitiu 6 mil funcionários, fechou lojas e fez uma revisão das categorias dos produtos próprios, passando focar naquelas que tinham margem maior.
Franklin, em entrevista ao NeoFeed, em dezembro do ano passado, chamou o plano de “back to basics” da Casas Bahia. Mas tinha consciência de que os resultados iam demorar para aparecer.
"Como o plano é mostrar os números mais para o fim de 2024, a percepção do mercado só começa a mudar lá no fim de 2024", afirmou Franklin, na época.