Se o mercado de tecnologia ensaia uma recuperação neste ano com a alta nos preços de ativos do setor, o Twitter está indo em direção contrária.

Cathie Wood, que controla a Ark Investment Management, reduziu em 47% o valor de sua participação no Twitter, comprado por US$ 44 bilhões por Elon Musk em novembro do ano passado.

De acordo com The Wall Street Journal, a Ark detém uma pequena participação no Twitter através de seu fundo de risco. O mesmo veículo também conta com ativos como Epic Games, Discord, entre outras. Em outros fundos, a Ark já investiu em empresas como Tesla e Coinbase.

“Levamos muito a sério o valuation justo e tivemos que fazer o write down”, disse Wood. “A redução não é representativa de nossa perspectiva fundamental e crença no retorno de longo prazo do investimento que acreditamos que terá para nossos acionistas.”

A divulgação da redução da Ark no Twitter acontece em um momento complicado para a rede social. Em um tuíte no sábado, 15 de julho, Musk afirmou que a receita de publicidade caiu cerca de 50% e o fluxo de caixa é negativo.

A estreia do Threads, a nova rede social da Meta e que chega para ser uma rival para o Twitter, também colocou pressão no negócio. Em poucos dias, a nova plataforma de Mark Zuckerberg conseguiu mais de 100 milhões de usuários cadastrados.

Ainda assim, Wood nega estar pessimista com a companhia. “Na verdade, adoraria ter mais ações nesses níveis de preço, mas ninguém quer abrir mão de nenhuma. Então, isso diz algo”, afirmou.

Essa não é a primeira gestora reavaliar, para baixo, o valor da rede social de Musk. A Fidelity Investments divulgou que sua participação na companhia valia US$ 6,5 milhões ao fim de abril. Em outubro do ano passado, essa mesma participação estava avaliada internamente em US$ 20 milhões.

O próprio Elon Musk já havia sinalizado que o valor de mercado pelo Twitter havia caído bruscamente desde a aquisição. Em março, ao oferecer opções de ações para funcionários da empresa, o empresário reduziu a avaliação da empresa para US$ 20 bilhões.

Do lado da Ark, a gestora realiza o write down enquanto vê investidores deixando seus fundos. O Ark Innovation ETF, por exemplo, já sofreu uma debandada de mais de US$ 700 milhões nos últimos 12 meses, segundo o FactSet. O bom momento do setor tem motivado o desinvestimento.

Desde o começo do ano, o fundo está com um retorno positivo de 63%. No acumulado de 12 meses, no entanto, o retorno fica em 13%. O fundo que já chegou a ser o maior de ETFs com mais de US$ 30 bilhões em ativos sob gestão agora opera com cerca de US$ 9 bilhões.