Uma das principais operadoras de telecomunicações do mercado brasileiro, a Claro anunciou que, em reunião realizada nesta segunda-feira, 15 de dezembro, a companhia obteve a aprovação para uma emissão de debêntures no valor de R$ 3 bilhões.

Em comunicado sobre a assembleia, a empresa informou que a oferta vai envolver a emissão de três milhões de debêntures simples, da espécie quirografária, não conversíveis em ações, em série única, no valor nominal unitário de R$ 1 mil.

Segundo a empresa, os recursos líquidos captados serão usados para o financiamento, pagamento futuro ou reembolso de gastos e despesas e/ou amortização de financiamento do projeto de investimento em infraestrutura de telecomunicações apresentado na semana passada ao Ministério das Comunicações.

A operadora observou que uma parcela desse montante pode ser destinada ao pagamento de taxas e despesas em relação aos custos desse projeto, desde que essas cifras tenham sido incorridas no prazo igual ou inferior a 36 meses da data de divulgação do anúncio de encerramento da oferta.

O grupo também ressaltou que as debêntures serão depositadas para distribuição no mercado primário, com data de emissão no próximo dia 15 de janeiro de 2026. E que o prazo de vencimento será de dez anos, contados a partir dessa data.

A aprovação da emissão acontece em paralelo às notícias que dão conta sobre os avanços da Claro nas conversas para a aquisição da Desktop, provedora de internet listada na B3 que, em outubro desse ano, confirmou em comunicado que manteve conversas preliminares não vinculantes com a operadora.

Enquanto se movimenta nesse espaço, a Claro também está reforçando os volumes de emissões de debêntures no País, uma alternativa que tem ganho cada vez mais tração em um cenário de juros elevados e de um mercado de capitais ainda restrito.

A própria Desktop ajudou a mexer esses ponteiros. Em setembro, o conselho de administração da companhia aprovou uma emissão de R$ 800 milhões. Um mês antes, outra operadora, a Algar Telecom anunciou uma oferta de R$ 400 milhões.

Esse expediente não está restrito, claro, ao mundo de telecom. Também em setembro, a C&A anunciou uma oferta de R$ 300 milhões, para melhorar o perfil da sua dívida. Já em outubro, a Sabesp aprovou uma emissão de debêntures ainda mais robusta, no valor de R$ 5 bilhões.

O primeiro semestre também foi marcado pela busca por essa opção em outros segmentos. As locadoras de veículos Localiza e Movida, por exemplo, anunciaram emissões, respectivamente, de R$ 1 bilhão e de R$ 750 milhões em junho.

Há mais exemplos também de ofertas bilionárias. Em maio, a Vale aprovou uma emissão no valor de R$ 6 bilhões, em três séries, com prazos de sete, dez e doze anos. No mesmo período, a Petrobras registrou uma oferta de debêntures simples no valor de R$ 3 bilhões, em até três séries.

Um mês antes, um outro nome do varejo anunciou uma emissão bilionária. No início de abril, o Magazine Luiza anunciou o registro de uma emissão no valor de R$ 1 bilhão, destinada à “gestão ordinária dos negócios da companhia”.