A atriz americana Scarlett Johansson e a empresa de inteligência artificial OpenAI ficaram perto de se enfrentar em uma disputa judicial. Um acordo firmado entre as partes na segunda-feira, 20 de maio, porém, impediu que a contenda fosse adiante.
A questão envolve uma reclamação da atriz em relação ao uso indevido de sua voz em um dos produtos que estão sendo desenvolvidos pela OpenAI, a dona do ChatGPT.
Recentemente, a OpenAI divulgou uma versão demonstrativa de como a Sky, sua ferramenta de inteligência artificial com respostas em voz, iria funcionar. A voz utilizada na demonstração era bastante semelhante à de Johansson.
Segundo a OpenAI, a companhia contratou atores para produzir a voz utilizada pela ferramenta. A voz utilizada era, portanto, de outra atriz.
O problema é que Johansson foi procurada em duas ocasiões por Sam Altman, CEO da OpenAI, para ceder sua voz para a inteligência artificial. Ela declinou o primeiro convite por razões pessoais e não respondeu à segunda tentativa.
Altman já declarou publicamente que a companhia vem se inspirando na voz utilizada no filme “Her” (2013), no qual o protagonista (interpretado pelo ator Joaquin Phoenix) se apaixona por uma assistente de voz de inteligência artificial (interpretada por Johansson).
Após a divulgação da versão demo da Sky, os advogados da atriz decidiram enviar duas cartas para a companhia pedindo mais esclarecimentos.
Foi o suficiente para a OpenAI desistir de usar a voz. Mesmo que ela não fosse, de fato, de Johansson.
A questão reacenda a discussão sobre as leis de privacidade na era da inteligência artificial. Em um artigo recente publicado no NeoFeed, a advogada Patrícia Peck lembra que as autoridades reguladoras ao redor do mundo já estão questionando a legislação atual.