Em um mais um lance de sua estratégia de diversificação, a Cosan, do empresário Rubens Ometto, está anunciando a compra de uma fatia de 4,9% do total de ações ordinárias da mineradora Vale.

A transação acontece através de uma subsidiária e por meio de uma combinação de investimentos diretos (equity) e operação de derivativos.

A Cosan informou também que pretende aumentar a sua participação acima do percentual já adquirido para 6,5%, através de uma segunda operação, que corresponde a uma exposição financeira adicional de 1,6%.

Uma vez aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) poderá ser convertida em participação direta na Vale, que está avaliada em R$ 361,7 bilhões.

“Temos grande admiração e respeito pela Vale, que é exatamente o tipo de empresa na qual buscamos investir: um ativo global único atuante em um setor fundamental para o Brasil e estratégico para a transição energética do mundo. A qualidade de suas reservas de minério de ferro e metais básicos (níquel e cobre) é imprescindível para viabilizar a descarbonização siderúrgica e a eletrificação”, afirmou Luís Henrique Guimarães, CEO da Cosan, em nota.

A Cosan já tem uma exposição à área de mineração quando anunciou, em agosto do ano passado, uma joint venture batizada de Ligga com o fundador e controlador da Aura Minerals, Paulo Brito. Por conta do acordo, a companhia fechou a aquisição de um projeto para um porto em São Luís, no Maranhão, por R$ 720 milhões.

O conglomerado de Rubens Ometto já atuava em diversas áreas. A Rumo está em commodities agrícolas. Raízen e Comgás, em óleo e gás.

Através da Cosan Investimentos, o conglomerado está também investindo em gestão de terras no Brasil, por meio de uma companhia chamada Radar, que já detém 92 mil hectares em três Estados, com R$ 3,9 bilhões em valor de mercado. Além de deter terras produtivas, a Cosan espera colher, via Radar, ganhos nos mercados de crédito de carbono.

Outro investimento é na fintech Payly, que originalmente atuava com capital de giro, mas que está olhando novas aplicações de serviços financeiros. O grupo enxergou na startup um encaixe ideal para a Raízen, diante da possibilidade de oferecer, por exemplo, antecipação de recebíveis para donos de postos de combustíveis.

O braço de investimentos também tem participação na Trizy, um marketplace que conecta embarcadores e transportadores e tem cerca de 115 mil caminhoneiros ativos inscritos.