Entre 18 de junho e 21 de agosto, a ação da Cosan sofreu uma desvalorização de quase 40%. No pregão seguinte, engatou uma recuperação, com valorização acima de 30%.

O que está por trás desse movimento é a especulação de mercado sobre uma possível capitalização do grupo com negócios em açúcar, álcool, energia, lubrificantes e logística, que tem dívida líquida de R$ 17,5 bilhões e alavancagem de 3,4 vezes.

O NeoFeed apurou que a Cosan tem quatro propostas na mesa para a capitalização. Suzano, Mitsubishi, BTG e Perfin são as quatro maiores que se apresentaram à companhia. A informação foi dada em primeira mão pelo Pipeline, do Valor Econômico.

Até a semana passada, o mercado calculava que a capitalização giraria em torno de R$ 10 bilhões. “Temos hoje uma possibilidade de aumento de capital, sim. Mas não é o melhor momento para fazer”, diz uma pessoa próxima à companhia.

A razão é simples: a prioridade dentro do grupo é resolver a capitalização da Raízen. A joint venture com a Shell está em processo de desinvestimento para reduzir a sua alavancagem.

Na quinta-feira, 4 de setembro, a Raízen desfez a joint venture com a Femsa e dividiu os ativos Shell Select, Shell Café e Oxxo. É mais um passo no processo de venda de ativos. A dívida líquida da companhia estava em R$ 49,2 bilhões, com alavancagem de 4,5 vezes no primeiro trimestre da safra 2025/2026, encerrado em junho.

Na próxima semana, o CEO Marcelo Martins desembarca em Londres para apresentar aos sócios da Shell as propostas de capitalização para a Raízen. Segundo apuração do NeoFeed, as principais propostas para a Raízen na mala de Martins são da Mitsubishi e da Mitsui.

“Em condições normais de temperatura e pressão, a capitalização da Cosan não sai este ano. A ação está à reboque do papel da Raízen”, diz essa fonte.