Em fase de reestruturação e de readequação da sua estrutura de capital, a Dasa deu mais um passo nessa direção ao fechar a venda da Dasa Empresas, sua bandeira de corretagem e consultoria de seguros.

A companhia anunciou na manhã de quinta-feira, 10 de outubro, que os fundadores do Grupo Case Benefícios e Seguros, que haviam vendido o negócio em questão para a Dasa em 2021, estão recomprando a operação em uma transação de R$ 255 milhões.

Nos termos do M&A, a Dasa receberá R$ 195 milhões no fechamento do acordo e uma parcela de R$ 10 milhões em doze meses após a conclusão da aquisição, além de R$ 50 milhões de earn-out ao longo de cinco anos.

O grupo ressaltou que o acordo integra o conjunto de medidas operacionais e estratégicas, com diferentes estágios de maturidade, voltadas “à redução da alavancagem, ao estabelecimento de uma sólida posição financeira e à maior capacidade de investimento” da empresa.

“Em adição, a operação representa mais um passo na implementação da sua estratégia de focar nas atividades centrais de diagnósticos, hospitais e oncologia”, acrescentou a companhia, em comunicado sobre a transação.

Em 6 de setembro, a Dasa já havia informado que estava em negociações avançadas para a potencial venda da Dasa Empresas. Com esse processo, a companhia buscava um montante entre R$ 195 milhões e R$ 245 milhões.

No mesmo comunicado divulgado na época, a empresa anunciou que mantinha conversas em estágio inicial para a potencial venda da operação da Mantris, sua subsidiária de saúde ocupacional, em mais uma iniciativa para se desfazer de ativos que não se encaixam mais na sua tese.

Tanto a Mantris como o Grupo Case, que inclui corretoras como Brasilidade, Aeroseg, Chase e Dinâmica, fazem parte do pacote de mais de 30 aquisições feitas entre 2019 e 2022 pela Dasa na tentativa de criar um ecossistema amplo de saúde, muito além da medicina diagnóstica, até então, o core da empresa.

A conta herdada por esses M&As, especialmente com o ciclo de alta dos juros na sequência desses acordos, é um dos motivos que levaram a Dasa a mergulhar numa crise, obrigando a empresa a recalcular o seu roteiro.

Entre outros movimentos recentes para recuperar sua saúde financeira, o grupo anunciou em junho a fusão da Ímpar, sua operação de hospitais, com a Amil, em um acordo que compreendeu ainda a transferência de R$ 3,85 bilhões em dívidas da empresa para a nova companhia fruto da transação.

Um mês antes, a Dasa anunciou uma injeção de recursos de R$ 1,5 bilhão, aportada pela família Bueno, sua controladora, como um adiantamento para um futuro aumento de capital.

Nos dados mais recentes do seu balanço, referentes ao segundo trimestre de 2024, a empresa reportou uma alavancagem para efeito de covenants de 3,47 vezes, o que representou uma redução de 0,73 vez em relação ao primeiro trimestre.

Na mesma base de comparação, a Dasa fechou o período com uma dívida líquida de R$ 8,39 bilhões, contra a cifra de R$ 9,62 bilhões reportada no trimestre anterior. O grupo registrou um prejuízo de R$ 104,6 milhões entre abril e junho.

As ações da Dasa estavam sendo negociadas com queda de 1,65% por volta das 10h15 na manhã de quinta-feira, cotadas a R$ 2.97. Os papéis têm uma desvalorização de 69,1% em 2024 e a companhia está avaliada em R$ 2,2 bilhões.