Entre os dias 23 e 29 de março deste ano, o navio porta-contêineres Ever Given ganhou as manchetes em todo o globo ao bloquear o Canal de Suez por quase uma semana e causar prejuízos bilionários ao comércio mundial.
Às 5h15 da última quinta-feira, 29 de julho, quatro meses depois do incidente, a embarcação de 220 mil toneladas finalmente concluiu sua jornada, ao chegar ao Porto de Roterdã, na Holanda, que não perdeu a chance de embarcar na onda de atenção gerada pelo navio.
“Você quer ver o Ever Given com seus próprios olhos?”, questionou uma postagem do perfil do Porto de Roterdã no Twitter, publicada também na quinta-feira, 29 de julho.
O convite, na prática, passa pela oferta de um passeio de balsa no entorno da embarcação, enquanto serão descarregados 9 mil dos cerca de 18 mil contêineres a bordo do navio.
O Porto de Roterdã está cobrando ingressos no valor de € 10,95 (US$ 13) pelo passeio, que tem duração de 90 minutos e não dá o direito de visitar o Ever Guide. O roteiro do tour estará disponível até a próxima segunda-feira, 2 de agosto. No dia seguinte, o navio parte rumo ao seu novo destino, o porto de Felixstowe, na Inglaterra.
A atração tem o potencial de despertar o interesse dos moradores e turistas. Mas seja qual for essa movimentação e a receita gerada pelo passeio turístico, nada irá se aproximar do impacto causado pelo Ever Given no fim de março.
Na época, o navio provocou um congestionamento de 422 embarcações no Canal de Suez, uma das principais rotas marítimas comerciais do mundo.
A liberação aconteceu cinco dias depois da remoção do Ever Given e só foi realizada após um acordo entre a Autoridade do Canal de Suez e a empresa japonesa Shoei Kisen Kaisha, proprietária do navio. A multa era estimada em US$ 916 milhões. O montante final não foi revelado.
Algumas estimativas dão uma medida do prejuízo causado pelo acidente. Em uma delas, a consultoria Lloyd's List Intelligence, o bloqueio originou uma perda diária de aproximadamente US$ 9,6 bilhões por dia ao comércio global, o equivalente a US$ 6,7 millhões por minuto. A seguradora alemã Allianz, por sua vez, projetou um prejuízo entre US$ 6 bilhões e US$ 10 bilhões.