Em comunicado enviado aos funcionários, a plataforma de mídia social X (ex-Twitter), informou que seu patrimônio vale US$ 19 bilhões. A nova avaliação surge um ano depois de Elon Musk, o empresário bilionário e presidente-executivo da Tesla, ter adquirido a empresa por US$ 44 bilhões, incluindo US$ 13 bilhões em dívidas.

Em março, o próprio Musk havia avaliado a plataforma em US$ 19 bilhões, quando ofereceu prêmios em ações aos funcionários do Twitter com base em uma avaliação de cerca de US$ 20 bilhões na época, referindo-se à plataforma como “uma startup inversa”.

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O novo valor da empresa (55% abaixo de quando foi adquirida em novembro passado) foi obtido com base no e-mail enviado na segunda-feira, 30 de outubro, aos funcionários, no qual a empresa disse que estava concedendo participação (ou unidades restritas) a US$ 45 por ação.

Com base no plano de capital próprio dos funcionários, chega-se à avaliação de cerca de US$ 19 bilhões, de acordo com o documento. Os funcionários ainda serão pagos em dinheiro no valor de US$ 54,20 por quaisquer ações em circulação que lhes tenham sido concedidas na gestão anterior, disse a empresa.

Não ficou claro, porém, por que o preço das ações não caiu na mesma percentagem que a avaliação, embora a companhia pudesse ter alterado a quantidade de ações em circulação.

Um ano depois de adquirir o Twitter e mudar o nome da plataforma de mídia social para X, Musk e os bancos que ajudaram a formalizar o negócio continuam contabilizando prejuízos. Morgan Stanley, Bank of America, Barclays, MUFG, BNP Paribas, Mizuho e Société Générale ficaram presos à dívida associada à aquisição e viram o valor da plataforma despencar.

Em seu primeiro ano como proprietário do Twitter, Musk reformulou a empresa e a plataforma de mídia social, que hoje mantém 245 milhões de usuários ativos diariamente. Mais de 80% dos seus 7.500 funcionários pediram demissão ou foram demitidos. O quadro hoje tem 1.500 colaboradores.

Musk mudou o processo de verificação do serviço, bem como as regras de moderação de conteúdo. A publicidade, principal fonte de receitas da empresa, caiu quase 60% nos Estados Unidos, refletindo as preocupações do mercado publicitário com a decisão de Musk de relaxar a moderação na plataforma devido aos seus ideais de liberdade de expressão.

Musk, no entanto, continua otimista quanto ao futuro da empresa. Na semana passada, em uma reunião interna comemorando o primeiro aniversário do acordo, ele expôs como acreditava que a plataforma X poderia diversificar suas receitas em áreas como assinaturas, além de servir como um aplicativo multifuncional com uma série de recursos, incluindo serviços de namoro e recrutamento de empregos.

Outros planos mais ambiciosos, que vazaram recentemente, indicam que a rede social pretende operar também  como uma plataforma de e-commerce. Isso seria feito com a melhoria da exposição dos produtos na rede social e com a incorporação do one-click checkout nas compras – tornando a experiência mais prática.

“Estamos transformando rapidamente a empresa do que era, o Twitter 1.0, em um aplicativo de múltiplos recursos com tudo incluído, onde você pode basicamente fazer o que quiser em nosso sistema”, disse Musk aos funcionários.

No mesmo encontro, Linda Yaccarino, executiva-chefe da X, reforçou o otimismo quanto ao futuro. “Para as pessoas que ainda não veem a nossa visão, as pessoas que não veem o que está acontecendo aqui no X, parem de fornecer esse oxigênio”, disse ela. “Não preste atenção nisso.”

Yaccarino disse que as receitas cresceram na percentagem elevada de um dígito no terceiro trimestre em comparação com o trimestre anterior. A executiva previu que a plataforma obtenha lucro no início de 2024 – profecia que Musk ainda não se arriscou a fazer.