O BTG Pactual encerrou o segundo trimestre com desempenho histórico, marcado por números recordes em praticamente todas as áreas de atuação. A cereja do bolo foi o lucro líquido ajustado, com alta anual de 42% para R$ 4,2 bilhões – o maior de sua história.
Com o resultado, o BTG superou o Santander (com lucro de R$ 3,33 bilhões) e passou a integrar o grupo dos cinco bancos mais lucrativos do país, ao lado de Itaú, Bradesco, Caixa e Banco do Brasil - estes dois últimos ainda não divulgaram os dados do segundo trimestre.
O banco registrou retorno sobre patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) de 27,1% e receita líquida de R$ 8,3 bilhões, avanço de 38% na comparação anual. O resultado foi favorecido por um cenário de mercado mais estável, com menor volatilidade e melhores condições para negócios no setor financeiro.
Em contraste com o fim de 2024 – que impactou o desempenho do primeiro trimestre – a combinação entre áreas de crescimento estrutural e a recuperação de segmentos mais voláteis impulsionou o resultado.
A principal fonte de receita foi a área de Corporate Lending and Business Banking, que somou R$ 2,1 bilhões, alta de 37,3% na base anual. A carteira de crédito cresceu 22%, alcançando R$ 238 bilhões. O portfólio de empréstimos para pequenas e médias empresas – segmento no qual o banco vê grande potencial de expansão – avançou de forma proporcional, encerrando o período em R$ 29 bilhões.
A segunda maior contribuição veio de Sales & Trading, que também registrou desempenho recorde, com receita de R$ 1,9 bilhão. O resultado da divisão, tradicionalmente mais volátil, foi favorecido por maior atividade de clientes e gestão eficiente de risco, com VaR médio de 0,22%.
O Investment Banking, outra área historicamente mais volátil, obteve receita de R$ 782 milhões, alta de 40,2% na comparação anual. Com a atividade no mercado de ações ainda fraca, o desempenho foi sustentado por operações de fusões e aquisições, que se concentraram no trimestre após um início de ano mais instável.
A melhora do ambiente também beneficiou o mercado de dívida (DCM), que passou por uma normalização nos volumes de emissão após um primeiro trimestre mais fraco. Embora siga no radar do mercado, ainda não foi sentido no resultado do segundo trimestre o efeito de uma possível corrida para emissão de títulos incentivados, que poderão ser tributados a partir do ano que vem.
Em Wealth Management and Personal Banking, a receita somou R$ 1,24 bilhão, alta de 33,5% em relação ao segundo trimestre de 2024.
A divisão é uma das que o banco mais tem ampliado participação de mercado, especialmente no varejo de alta renda, e terminou o período com captação líquida de R$ 30,6 bilhões e patrimônio de R$ 1,1 trilhão.
O crescimento foi totalmente orgânico no segundo trimestre, mas a instituição vem reforçando a área com aquisições de family offices. A maior foi a do Julius Baer, em 2024, que adicionou R$ 61 bilhões ao portfólio de family office, agora superior a R$ 100 bilhões. No resultado do terceiro trimestre, será incorporado mais R$ 18 bilhões da compra da JGP Wealth Management, concluída em julho.
No Asset Management, a captação líquida foi de R$ 28 bilhões, encerrando o período com volume recorde de R$ 1,1 trilhão sob gestão. O movimento foi concentrado em produtos de renda fixa com componente de crédito, como fundos isentos e FIDCs, beneficiados pelos juros elevados.
A receita da Asset avançou 13,9% na comparação anual, para R$ 624 milhões, mas foi a única que não registrou recorde de faturamento. Isso porque, no trimestre anterior, a receita alcançou R$ 735,3 milhões, com forte contribuição de gestoras independentes em que o BTG tem participação minoritária.