A Embraer anunciou um pedido firme de 50 jatos E195-E2 pela companhia aérea americana Avelo Airlines, com direitos de compra para outras 50 aeronaves. O negócio tem valor de tabela estimado em US$ 4,4 bilhões, excluindo os direitos de compra, o que representa 40% da carteira de pedidos de aviação comercial encerrada no segundo trimestre.

O anúncio do pedido, na quarta-feira, 10 de setembro, ocorre meses após a Embraer ter sido envolvida em um impasse comercial relacionado à imposição de tarifas adicionais dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Apesar das tensões comerciais entre os dois países, o setor de aviação foi poupado das sobretaxas.

A divulgação era bastante esperada pelos investidores, dado que a Reuters havia noticiado que a Embraer preparava um grande anúncio. As ações da companhia atingiram o maior patamar do dia após o comunicado, chegando a subir 2,58%, a R$ 83,59, mas logo começaram a perder força.

Sem detalhes sobre o que seria divulgado, o mercado especulou diversas possibilidades ligadas às diferentes áreas da companhia. Em relatório do BTG Pactual anterior ao anúncio, os analistas chegaram a pontuar que eram improváveis novos pedidos dos Estados Unidos ligados à aviação comercial, dada a alta demanda recente, mas que seriam bem-vindos.

A aquisição tem como objetivo modernizar a frota da Avelo — atualmente composta por 22 Boeing 737NG —, reduzir custos operacionais e permitir a expansão para novos mercados, com capacidade de operar em aeroportos com pistas curtas. As entregas estão previstas para começar no primeiro semestre de 2027.

Até o fim do último trimestre, a Embraer havia recebido 330 pedidos firmes para o modelo E195-E2, o mais moderno de sua linha comercial. Segundo a Embraer, a Avelo será a primeira companhia dos Estados Unidos a operar o modelo.

Caso a compra das 50 unidades adicionais seja feita, a Avelo poderá se tornar a companhia aérea com o maior número de pedidos do modelo E195-E2, superando a canadense Porter, com 75 pedidos feitos.

Com ações negociadas na casa dos R$ 82, a Embraer acumula uma valorização de 46% no ano. A empresa encerrou o último pregão com valor de mercado de R$ 60,3 bilhões.