A Omie está em conversas iniciais com a Bromelia Capital (ex-Techtools) para criação de um banco digital para médicos, apurou o NeoFeed, com fontes a par do assunto.
As tratativas envolvem o Linker, banco digital pelo qual a Omie desembolsou R$ 120 milhões, no fim de 2021. Várias hipóteses estão sobre a mesa nesse momento e as conversas giram em torno de um acordo que pode até envolver uma venda do Linker para a Bromélia Capital.
A ideia é aproveitar a base de médicos já atendidos pelas operações da Bromelia Capital, que trabalha com uma série de Santas Casas pelo Brasil, entre outras instituições, para compor uma oferta de nicho, com produtos como conta corrente e emissão de notas fiscais, em vez de competir no mar aberto.
Empresa europeia de investimentos especializada em saúde e com sede em Portugal, a Bromelia Capital desembarcou no País no fim de 2022, com a compra das operações da Techtools e da Techtools Capital, gestoras fundadas por Jeff Plentz, que, com o acordo, passou a ser o CEO global da operação.
Assim como a Bromelia Capital, a Techtools, fundada em 1995, construiu o portfólio do seu fundo de venture capital centrado nos investimentos em healthtechs. Posteriormente, em 2022, a gestora criou a Techtools Capital, seu braço de atuação nas áreas de real estate e de oferta de crédito.
A Omie atua na área financeira com duas estratégias. A primeira é o Omie.Cash, que está dentro de seu ERP na nuvem, não usa o "motor" do Linker e que está tracionando bem, segundo fontes próximas à Omie.
Com a Linker, o plano da Omie era desenvolver um banco digital para disputar, em mar aberto, o concorrido mercado de pequenas e médias empresas. Esse braço não avançou como o planejado.
Hoje, dos três fundadores da Linker, apenas Daniel Benevides segue na operação. Após o fim dos períodos de earn-out, David Mourão e Ingrid Barth, os outros dois cofundadores do Linker, deixaram a Omie em abril deste ano. A empreendedora já fundou inclusive outra startup, a PilotIn, que, desde junho, atua na área de open finance.
O trio em questão fundou o Linker em 2019, com o plano de ocupar seu espaço na oferta de contas digitais para pequenas e médias empresas, em uma disputa com nomes como C6, Inter, Cora e Conta Simples.
Com esse modelo, a empresa captou R$ 12 milhões com investidores como o fundo Darwin Capital; Marcelo Sampaio, fundador da gestora Hashdex; e Robert Nishikawa, ex-diretor do Itaú Unibanco, antes de ser comprada pela Omie, em novembro de 2021.
O acordo configurou a maior aposta da Omie em serviços financeiros. Com a compra do Linker, que tinha uma base de 30 mil clientes PJs na época, um dos planos era fortalecer era embarcar serviços financeiros em sua oferta de ERPs.
Em outra frente também destacada na oportunidade, a ideia da empresa era se reposicionar como um banco digital para pequenas e médias empresas, sem que essas companhias fossem necessariamente usuários de seu ERP, em uma segunda via para capturar novos clientes.
Procuradas pelo NeoFeed, Omie e Bromelia Capital não comentaram as negociações.