A Scala Data Centers concluiu um financiamento estruturado de US$ 500 milhões com a Coatue Tactical Solutions e com o fundo de pensão Investment Management Corporation of Ontario (IMCO), um dos maiores investidores institucionais do Canadá.
Os recursos vão ser utilizados para acelerar a expansão da Scala pela América Latina na esteira do crescimento exponencial da computação em nuvem e da inteligência artificial.
“Queria trazer um fundo do mundo tech (a Coatue) e acessar um bolso permanente, que pensa no longo prazo (a IMCO)”, diz Marcos Peigo, cofundador da Scala Data Centers, ao NeoFeed.
O financiamento está sendo feito no modelo de preferred equity, que é equivalente a uma ação preferencial no Brasil. As duas empresas passam a receber um dividendo fixo e uma rodada futura tem preferência de participar do equity.
A Coatue é um hedge fund que investe majoritariamente em empresas de tecnologia e tem feito muitos aportes em companhias que estão apostando em inteligência artificial. Já investiu mais de US$ 25 bilhões. A ByteDance, dona do TikTok, e a Ant Group, do Alibaba, são alguns dos investimentos.
A Investment Management Corporation of Ontario (IMCO), por sua vez, é um fundo de pensão de Ontário, no Canadá, e tem 77,4 bilhões de dólares canadenses sob gestão. Mais de 80% desses recursos estão investidos no Canadá (31%) e Estados Unidos (50%).
Com os recursos, a Scala Data Ceters quer acelerar a expansão de seus projetos que são intensivos de capital. Em 11 de setembro, por exemplo, assinou com o governo do Estado do Rio Grande do Sul um protocolo de intenções para a construção de um distrito industrial de data center em Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre. O plano da Scala é investir R$ 3 bilhões, em dois anos, nesse distrito batizado de “Scala AI City”.
A empresa, que é controlada pelo fundo americano DigitalBridge, prevê ainda investimento de R$ 6,2 bilhões em uma segunda fase de expansão do Campus Tamboré, que vai até 2025. O plano, nessa segunda fase, é seis novos edifícios com capacidade de 158 Megawatts (MW).
A Scala tem 200 Megawatts de data centers construídos e mira chegar a 1,5 Gigawatts. Já investiu mais de US$ 2,6 bilhões e conta com operações no Brasil, Chile, México e Colômbia (este último país, está construindo data centers, mas ainda não opera).
Peigo diz que o Brasil tem uma oportunidade de se tornar hub global de data centers, consumindo energia limpa, uma vantagem competitiva difícil de ser alcançada por outros países.