A Tok&Stok acaba de anunciar o retorno de Ghislaine Dubrule ao comando da operação da empresa de móveis e decoração. Ela, que foi CEO de 2012 a 2017, substitui o executivo Roberto Szachnowicz, que passará a fazer parte do conselho de administração.

Após o aporte de R$ 100 milhões feito pelos Carlyle e pela família Dubrule, os acionistas concordaram com a volta de Ghislaine ao comando da operação para liderar o que tem sido chamado internamente de “back to basics”.

“Temos a convicção de que com a retomada ao básico da operação, focada em produto, design e nos clientes, a marca vai continuar sua trajetória como líder do setor de casa e decoração no Brasil”, disse ela em comunicado que está sendo distribuído ao mercado.

Essa é a sétima troca de comando da Tok&Stok em seis anos. Szachnowicz, ex-presidente da Etna, assumiu como CEO em abril após indicação do Carlyle. Seu antecessor era Daniel Sterenber, um dos managing directors do fundo de private equity que foi colocado na cadeira executiva.

Em junho, o NeoFeed contou os bastidores da turbulenta relação entre os Dubrule e o Carlyle. Em 2012, o fundo de private equity pagou R$ 700 milhões por 60% da empresa de móveis e decoração.

Em uma decisão incomum nas empresas investidas, o Carlyle manteve a família no comando da operação, com Ghislaine como CEO.

A turbulência entre os sócios aconteceu após os desempenho ruim da rede varejistas nas crises de 2015 e 2016. E a decisão do Carlyle de trazer um executivo contrariou a vontade dos Dubrule.

Mesmo com os sócios em crise, a Tok&Stok conseguiu navegar bem nos anos seguintes e aproveitou a pandemia para reforçar o seu canal digital, até então inexpressivo nas vendas da empresa.

Com a tese de home decor em alta e as pessoas confinadas em casa em razão da pandemia, parecia o momento de realizar a abertura de capital na bolsa de valores. No entanto, naquele momento, os olhos dos investidores estavam voltados para companhias de growth e as concorrentes Mobly e Westwing estavam na frente.

Sem a listagem na bolsa e sem resolver o problema entre os sócios, a Tok&Stok entrou em um turbilhão que culminou em um endividamento na casa dos R$ 350 milhões - que foi amenizado recentemente com o aporte dos sócios.

Além da injeção de capital, a Tok&Stok fechou 17 de um total de 68 lojas.