O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master, nesta terça-feira, 18 de novembro, menos de 24 horas após o anúncio da venda para a Fictor. O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) calcula que 1,6 milhão de credores têm direito à restituição dos aportes feitos em CDBs da instituição financeira, com R$ 41 bilhões elegíveis à taxa de ressarcimento.

Mas essa conta também pode chegar aos fundos de pensão de municípios e estados (RPPS) que têm exposição aos ativos do Master. E, diferentemente das pessoas físicas, eles não têm a garantia do FGC.

Um exemplo é o caso da RioPrevidência. Segundo o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), o fundo teria uma exposição de R$ 2,6 bilhões aos títulos do banco — informação que a própria RioPrevidência nega.

Mas há casos documentados nos próprios relatórios dos fundos de pensão sobre essa exposição. No fim de agosto, a Amapá Previdência (Amprev) afirmou ter R$ 426,1 milhões em ativos do Master, o que correspondia a 4,71% de toda a carteira de investimentos do fundo dos servidores do Amapá.

Quem também tinha exposição documentada em ativos do Master era o fundo de pensão da prefeitura de Maceió, que, em maio, contava com R$ 115,8 milhões em letras financeiras do banco, o equivalente a 1,02% da carteira.

O potencial danoso pode ser ainda maior no caso do fundo de pensão da Prefeitura de São Roque, no estado de São Paulo. Estima-se que R$ 107,4 milhões estavam alocados no Master. Embora menor, o volume correspondia a 18,7% do fundo, no fim de setembro, e a 90% da carteira de crédito privado da instituição.

Outro caso de exposição ao Master foi registrado no fundo de previdência da Prefeitura de Cajamar, também no estado de São Paulo, que tinha R$ 107 milhões em ativos do Master, o que significa 14,8% da carteira. A concentração, no fim de outubro, só era inferior à que o fundo tinha em ativos da Caixa Econômica Federal e em títulos públicos.