A Housi, proptech fruto de um spin-off da incorporadora Vitacon, firmou uma parceria com o banco BS2 com a intenção de criar uma fintech voltada para as incorporadoras brasileiras. A nova empresa, chamada de Credi Housi, nasce a partir do lançamento de um FIDC de R$ 50 milhões destinado a dar crédito para companhias de pequeno e médio porte, de cidades com mais de 150 mil habitantes.
A ideia surge em um momento delicado para o crédito no Brasil, com a taxa de juros em alta e o avanço do custo do dinheiro. A combinação entre a dificuldade das incorporadoras e o momento do mercado foi o que incentivou a Housi e o BS2 a tirar a ideia do papel.
“Com a fintech, nós temos o princípio de ajudar os incorporadores no momento mais difícil das obras, o pré-lançamento”, afirma Alexandre Frankel, CEO da Housi.
“É nessa hora que a exposição de caixa pesa, principalmente com as taxas de juros altíssimas, e essas pequenas e médias empresas não conseguem suporte de bancos e instituições financeiras”, complementa.
Com aportes médios de R$ 5 milhões ou 10% do custo total da obra, o FIDC Housi deve suportar 10 incorporadoras a partir de maio deste ano. Utilizando apenas capital próprio, as empresas esperam aumentar esse número - e valores - de forma exponencial. Nos próximos 36 meses, as parceiras projetam auxiliar o desenvolvimento de cerca de 30 projetos.
Essas empresas serão selecionadas a partir da base de parcerias da Housi, o que deve minimizar os riscos financeiros da operação. Atualmente, a proptech tem contato com mais de 600 incorporadores em todo o País. Com esses contatos em mãos, ainda existem filtros de cidades, qualidade do projeto e empreendedores, que serão analisados caso a caso.
“A velocidade de alocação do FIDC depende do pipeline definido pela Housi, mas, do lado do BS2, nós acreditamos que quanto mais crédito dado, melhor”, afirma Marcos Magalhães, CEO do BS2. “Nós seremos cuidadosos na hora de eleger os selecionados, mas gostamos de dizer que o céu é o limite”.
Após a concessão do crédito, foco do primeiro momento da fintech, a empresa quer desenvolver uma carteira focada no financiamento da obra como um todo, além de pensar também na viabilidade de um veículo crédito para apoiar os investidores desses imóveis.
A abertura do braço de fintech era um dos pré-requisitos da Housi ao fechar a sua última rodada de investimentos, realizada no início do ano passado com a Redpoint eventures e com a Quartzo Capital. Na época, a proptech levantou US$ 10 milhões para suportar a sua expansão internacional.
“Essa é uma primeira iniciativa, mas nós queremos aumentar esse braço cada vez mais, para impulsionar o empreendedorismo e o mercado imobiliário como um todo”, diz Frankel.