A Inter&Co, empresa listada nos Estados Unidos que controla o Banco Inter, teve lucro líquido de R$ 104 milhões no terceiro trimestre de 2023, um aumento de 62% em relação ao trimestre anterior. O resultado é fruto de um aumento das receitas, com a conquista de novos clientes e com tíquetes maiores e da maior eficiência operacional da companhia.

O banco atingiu 29,4 milhões de clientes totais, com 1,6 milhão adicionado neste trimestre, como resultado das novas estratégias de aquisição de clientes.

Em relação aos clientes ativos, a companhia registrou o número recorde de 1 milhão (somando agora 15,5 milhões), fruto de uma taxa de ativação de 52,7%. O Inter credita o aumento da conversão dos clientes em um trabalho de customização na jornada de interação com o cliente, disponibilidade de crédito mais rápida (agora quase que imediata) e ao seu programa de pontos no cartão de crédito.

O crescimento dos clientes foi importante para o avanço de 39% da receita total bruta no trimestre em relação ao ano anterior, em R$ 2,1 bilhões. Mas o resultado da reprecificação contínua da carteira e de uma maior monetização dos clientes, assim como a maior venda de serviços, foram decisivos.

“O que mais impulsionou a receita foi o serviço, como receita com cartões, vendas de seguros e comissões no nosso marketplace”, afirma Alexandre Riccio, vice-presidente da Inter, em entrevista ao NeoFeed. “E isso é emblemático para nós, que sempre tivemos a estratégia de ser multiproduto, mas havia o questionamento se isso traria muita complexidade para a operação. Mas o que estamos vendo é bons resultados em diferentes linhas de negócio."

Outros destaques do resultado trimestral foram o alcance de 8% de market share em número de transações com o PIX e 10% nos empréstimos com garantia de imóvel (home equity), além do fortalecimento da carteira de crédito.

Chegando a tíquetes maiores

O banco Inter chegou a quase 2 milhões de clientes na sua conta global, que têm um índice de cross-selling 2,5 vezes maior que os demais clientes, por estarem no segmento de alta renda, contratando uma gama maior de serviços e adquirindo produtos mais sofisticados.

Uma mostra de que o banco está atraindo bolsos maiores é que a receita média por clientes ativos (ARPAC bruto) chegou a R$ 48 reais, frente a R$ 46 no segundo trimestre.

“A conta global tem sido um grande indutor de clientes alta renda. Eles são clientes que já começam com uma ativação e com volume muito maior que os demais. E mesmo com a grande entrada de novos clientes aumentamos o nosso ARPAC”, diz Alexandre.

O lucro recorde não veio apenas do aumento da receita, mas também da redução das despesas com uma melhora na eficiência operacional da companhia. O Índice de Eficiência ficou em 52,4%, melhoria de 100 bps comparada com o segundo trimestre de 2023. Gerando um ROE de 5,7%, uma melhoria de 210 bps (a rentabilidade mais alta da história).

“Nunca tivemos problemas em crescer receita, mas em geral ela vinha com o aumento das despesas. Agora, conseguimos manter as despesas estáveis com ganhos em automação e outros processos”, afirma Riccio.

O resultado deixou a administração animada com o caminho de conquistar seus objetivos para 2027: 60 milhões de clientes, com 30% de ROE e 30% de Índice de Eficiência.

“Estamos com grande expectativa para o próximo trimestre, que já virá com uma Selic mais baixa. É um período do ano que as pessoas consomem mais e sentimos que estamos no caminho dos nossos objetivos”, diz Riccio.

Com variação de 55,7% em 12 meses, a ação do Inter fechou o pregão de sexta-feira, 3 de novembro, aos US$ 4,88 na Nasdaq. Seu valor de mercado é de US$ 1,8 bilhão.