O Itaú Unibanco manteve o compasso de crescimento no terceiro trimestre de 2025. O banco registrou um lucro recorrente gerencial de R$ 11,9 bilhões, um avanço de 3,2% em relação ao segundo trimestre e de 11,3% sobre o mesmo período do ano passado.

A rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) ficou em 23,3% no consolidado e 24,2% no Brasil, patamar estável e superior ao dos principais concorrentes.

O resultado reforça a consistência operacional da instituição financeira, mesmo em um ambiente econômico mais moderado. A carteira de crédito totalizou R$ 1,4 trilhão, alta de 0,9% no trimestre e de 6,4% em 12 meses.

O Itaú Unibanco registrou R$ 9,8 bilhões em despesa de perda esperada com operações de crédito (PDD), uma alta de 1,2% em relação ao trimestre anterior e de 9,5% sobre o mesmo período do ano passado. A inadimplência permaneceu estável em torno de 2%.

"Esse avanço da carteira de crédito, considerando que os níveis de inadimplência do banco estão dentro de patamares saudáveis, reforça a robustez da instituição, principalmente por ser uma linha que tem alta representação nos resultados", afirma Marcos Moreira, sócio da Garten Capital.

O destaque foi para o avanço em crédito imobiliário, com expansão de 15,2% em um ano e, em grandes empresas, um aumento de 9,4% sobre o mesmo período do ano anterior.

O banco também manteve o índice de eficiência estável, refletindo o ganho de produtividade e o foco em tecnologia e digitalização. O índice de eficiência acumulado nos nove primeiros meses do ano chegou a 39,1%.

“O ponto positivo foi o índice de eficiência. No geral, confirmou o bom momento institucional da instituição apontando para um fim de ano sólido para o Itaú", diz Gustavo Trotta, sócio da Valor Investimentos.

Apesar dos bons números, a barra de exigência com o Itaú está mais alta. Pedro Gonzaga, sócio e analista da Mantaro Capital, enxerga um ponto negativo na margem com clientes e na receita com tarifas.

“Havia expectativa de ser mais forte pelo terceiro trimestre ser melhor sazonalmente neste ano por ter mais dias úteis. A margem com clientes cresceu, mas mais por volume, enquanto a NIN ficou em queda”, diz ele.

Segundo o balanço, as receitas de prestação de serviços somaram R$ 11,8 bilhões, um crescimento de 3,6% em relação ao trimestre anterior e de 4,7% na comparação anual.

O Itaú manteve o guidance para 2025, projetando expansão da carteira de crédito, das receitas de serviços e da margem financeira dentro das faixas anteriormente previstas.

“O trimestre não repetiu o brilho dos anteriores em termos de crescimento da receita de crédito. Com o papel negociando a 2,0x P/BV [preço sobre o valor patrimonial] esperamos uma reação ligeiramente negativa", diz Bruno Benassi, analista de ativos na Monte Bravo.

A ação ITUB4 acumula valorização de 43,8% neste ano na B3. O valor de mercado do Itaú é de R$ 406,7 bilhões.