Depois de fechar 2023 com US$ 553 bilhões, um crescimento de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior, a gestora de private equity americana KKR apresentou aos seus investidores nesta quarta-feira, 10 de abril, um plano ousado: em cinco anos, elevar esse montante em quase 81%, para alcançar US$ 1 trilhão.
Para atingir a marca, a companhia pretende se apoiar em três de suas principais frentes, de gestão de ativos, seguros e participações estratégicas em outras companhias, de acordo com apresentação feita aos acionistas, por ocasião de seu investor day, vista pela Bloomberg.
Dentro do plano de crescimento previsto para os próximos cinco anos, a KKR espera gerar mais de US$ 1 bilhão em lucro operacional por ano na unidade de participações, que congrega os investimentos de longo prazo em empresas, até 2030.
A gestora também pretende dobrar os ativos sob gestão na Global Atlantic, sua unidade de seguros, que em 2023 tinha cerca de US$ 158 bilhões em AuM (assets under management). A KKR assumiu o controle da companhia em novembro do ano passado, por US$ 2,7 bilhões.
A expectativa da KKR é de registrar um lucro líquido anual ajustado por ação de mais de US$ 15 na próxima década. Na apresentação, a empresa informou que o ganho ajustado por ação em 2023 foi de US$ 3,42, com o lucro líquido somando US$ 3,7 bilhões, revertendo o prejuízo de US$ 590,6 milhões de 2022.
“Nós estamos apenas começando”, disse o co-CEO da KKR, Scott Nuttal, na apresentação. “Apesar de todo o crescimento que tivemos, ainda temos um longo caminho à nossa frente.”
Fundada em 1976, a KKR expandiu suas atividades para além do private equity, se tornando também uma gestora de investimentos alternativos, com estratégias que incluem aquisições, crédito, infraestrutura, real estate e seguros.
Um dos negócios mais recentes da KKR foi o acordo para comprar a rede fixa da Telecom Italia, controladora da TIM Brasil, em novembro, por 22 bilhões de euros (US$ 24 bilhões). Em fevereiro, a companhia vendeu para a Universal Music um catálogo de 60 mil músicas de artistas como The Weeknd, John Legend e Lorde, em uma operação de US$ 1,8 bilhão, valor que inclui dívidas.
No investor day, os executivos apontaram que a Ásia – com destaque para o Japão – e os temas de infraestrutura, envelhecimento da população e a necessidade de aposentadorias, são áreas chave para o crescimento da KKR. Segundo o co-CEO Joe Bae, cerca de 40% do capital da KKR na Ásia está investido no Japão, onde a gestora vê boas perspectivas de retorno.
Se conseguir alcançar a casa dos US$ 1 trilhão, a KKR consolidará seu nome como uma das maiores casas globais de private equity, chegando ao patamar da Blackstone. Outro nome do mercado, a Apollo Global Management fechou o ano passado com um AuM de US$ 651 bilhões e pretende atingir US$ 1 trilhão até 2026.
Enquanto traça planos para o longo prazo, a KKR também estabeleceu metas para os próximos anos. Para 2026, os executivos da KKR informaram que pretendem arrecadar mais de US$ 300 bilhões em novos recursos e projetam um lucro por ação ajustado de US$ 7,00 a US$ 8,00.