O Inter divulgou os resultados do seu primeiro trimestre de 2025 com um lucro líquido de R$ 287 milhões, alta de 57%, mas abaixo do consenso do mercado que esperava um lucro de R$ 309 milhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Por outro lado, os dados mostram que o banco digital controlado pela família Menin está conseguindo manter o seu “pace” para atingir a meta de seu plano batizado de “60-30-30”. Lançando em janeiro de 2023, a meta é alcançar 60 milhões de clientes, um índice de eficiência de 30% e um retorno sobre patrimônio líquido de 30% até 2027.

Nos três primeiros meses deste ano, o total de clientes cresceu para 37,7 milhões, o índice de eficiência atingiu 48,8% (1,3 ponto percentual melhor que o trimestre anterior) e o retorno sobre patrimônio líquido foi de 12,9% (um ano atrás era de 9,2%).

“Estamos no meio do plano e ele é uma obsessão”, diz Santiago Stel, CFO do Inter, ao NeoFeed. “Estamos em linha tanto em clientes, como em eficiência e retorno sobre patrimônio líquido.”

O número de clientes ativos atingiu 21,6 milhões no primeiro trimestre e, de acordo Stel, tem crescido na casa de 1 milhão de clientes ativos por trimestre nos últimos três anos.

Em um trimestre considerado fraco pela sazonalidade do começo do ano, o Inter conseguiu reduzir a taxa de inadimplência. O NPL (non-performing loan) acima de 90 dias foi de 4,1%, o que significa 0,8 ponto percentual menor do que o primeiro trimestre de 2024.

O Inter vê também oportunidades no novo consignado privado. Lançado no fim de março, o banco fez uma carteira de R$ 200 milhões em apenas 10 dias com a nova linha de crédito.

Stel acredita que a carteira do consignado privado deve performar de forma semelhante a do FGTS antecipado, em que o Inter tem um market share de 4,3% e uma carteira de R$ 3,4 bilhões.

Um relatório do UBS BB, publicado em abril deste ano, calculava que a linha de crédito pode resultar num ganho anual de R$ 230 milhões, o que representa entre 12% e 13% da estimativa para o lucro em 2026.

“Avaliamos que o banco tem potencial para oferecer condições de crédito mais atraentes para funcionários privados atualmente com algum tipo de empréstimo pessoal sem garantia com outros bancos, já que o Inter tem custos de financiamento relativamente mais baixos em comparação com outros recém-chegados ou participantes de nicho”, diz um trecho do relatório do UBS BB.

Neste ano, as ações do Inter sobem quase 70% na Nasdaq. Em 12 meses, ao avanço é de pouco mais de 24%. O banco digital está avaliado em US$ 3,1 bilhões.