Não é de hoje que as companhias de tecnologia dominam a lista das empresas mais valiosas nas bolsas de valores americanas. Em 2023, porém, um grupo seleto dentro desse universo foi além e ampliou sua representatividade ao alavancar o desempenho do mercado de capitais do país.
Em um dos exemplos desse avanço, o “clube” formado por Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla, chamadas de as “magníficas sete”, contribuiu com a maior parte dos ganhos de 24% do S&P 500 em 2023.
Agora, outros dados compilados pelo Deutsche Bank reforçam a dimensão alcançada por esses pesos pesados. Segundo o banco alemão, o valor de mercado somado de US$ 13,1 trilhões do grupo supera o valuation combinado de US$ 12,3 trilhões de todas as empresas listadas no Japão, na França e no Reino Unido.
Levando-se em conta todas as companhias listadas nas bolsas de valores dos Estados Unidos, a soma dos valuations é de US$ 50,4 trilhões, o que dá às "magníficas sete" uma participação de 25,9% nesse bolo.
O levantamento traz outros indicadores que só realçam o poderio dessas companhias. Com um valor de mercado atual próximo de US$ 3,1 trilhões, a Microsoft, sozinha, está à frente da soma das empresas listadas em mercados como Arábia Saudita (US$ 2,9 trilhões) e Alemanha (US$ 2,3 trilhões).
Em mais um exemplo, a Meta, dona do Facebook, avaliada em US$ 1,1 trilhão, supera o valor combinado das empresas de países como o Brasil (US$ 900 bilhões), Itália (US$ 700 bilhões) e Rússia (US$ 600 bilhões).
Já a Tesla, a “lanterna” das “magníficas sete”, dona de um valor de mercado de US$ 599 bilhões, vale mais que o pacote combinado de ações em países como México (US$ 500 bilhões), Turquia (US$ 300 bilhões) e África do Sul (US$ 300 bilhões).
Essa escala também se reflete em outro indicador. Nos últimos 12 meses, o lucro reportado pelo grupo alcançou o patamar de US$ 361 bilhões. Nesse indicador, ele se aproxima dos US$ 383 bilhões apurados por todas as empresas japonesas e metade das companhias chinesas.
O Deutsche Bank indica que ainda há espaço para as “magníficas sete” turbinarem seus ganhos, a partir de ondas como a inteligência artificial. Mas aponta questões antitruste e o reforço do controle governamental sobre as comunicações como alguns dos riscos no horizonte dessas companhias.