Seis dias depois de a Circle, startup de criptomoedas, alcançar uma valorização de mais de 170% em seu primeiro dia como empresa listada, a Bolsa de Nova York (Nyse) voltou a registrar uma estreia digna de nota. E, novamente, assinada por um IPO ligado ao setor de tecnologia.
A empresa americana de defesa e tecnologia espacial Voyager Technologies encerrou seu primeiro dia de negociações na quarta-feira, 11 de junho, literalmente nas alturas. Suas ações fecharam o pregão com alta de 82,19%, cotadas a US$ 56,48, dando à companhia um valor de mercado de US$ 2,78 bilhões.
Na abertura das negociações, os papéis registraram uma valorização de 125%, no patamar de US$ 69,75. Em seu IPO, no qual buscava um valuation de US$ 1,6 bilhão e levantou US$ 382,8 milhões, a ação foi precificada em US$ 31, acima da faixa inicial de US$ 26 a US$ 29.
Fundada em 2019 e com sede em Denver, a Voyager atua nos setores de defesa, segurança nacional e espacial. E seu portfólio envolve frentes como sistemas de missão crítica de comunicação, coleta de inteligência, defesa e infraestrutura espacial, turbinados com recursos de inteligência artificial.
Com essa oferta, a empresa encerrou o primeiro trimestre com uma carteira de pedidos de US$ 179,2 milhões. E uma base que inclui clientes como a Lockheed Martin e a Nasa. Com a agência, a companhia está à frente do projeto para desenvolver um possível sucessor da Estação Espacial Internacional.
Desde a sua criação até a estreia na Bolsa de Nova York, a companhia arrecadou um total de US$ 377,8 milhões. Sua última captação pré-IPO, de US$ 200 milhões e via dívida, foi encampada pelo J.P. Morgan e anunciada na semana passada.
Após um período marcado por uma intensa volatilidade no mercado de capitais americano, na esteira das tarifas de Donald Trump, a estreia da Voyager reforça os sinais recentes de recuperação dos IPOs nos Estados Unidos. Como foi o caso da própria Circle, na semana passada.
Entretanto, o efeito do IPO da Voyager não está restrito a esse círculo. A listagem da companhia foi considerada um marco para o setor espacial e de defesa, especialmente em um contexto em que se espera que o governo Trump amplie significativamente o volume de recursos a esses segmentos.
Há quatro meses, em outro exemplo dessa corrida nesse espaço, a Karman Holdings levantou US$ 506 milhões em seu IPO, também na Bolsa de Nova York, alcançando um valuation próximo da marca de US$ 3 bilhões.
Desde então, as ações da empresa, precificadas em US$ 22 na oferta – acima da faixa inicial de US$ 18 a US$ 20 -, acumulam uma valorização de mais de 109%. Nessa quarta-feira, os papéis fecharam o dia cotados em US$ 45,99, dando à companhia um valor de mercado de US$ 6,07 bilhões.