O McDonald’s deu ao mercado uma boa amostra dos números e estratégias que irão guiar os passos da companhia de fast food nos próximos quatro anos, nesta quarta-feira, 6 de dezembro, antes da abertura do seu Investor Day, nos Estados Unidos.

Um dos destaques nesse menu foi o plano de expansão projetado pelo grupo. Ao mesmo tempo, o novo combo abriu espaço para ingredientes como inteligência artificial, nuvem e a busca por estreitar os laços com os frequentadores das lanchonetes da rede.

“Temos um caminho claro para o crescimento futuro ao mesmo tempo em que seguimos construindo a força da marca, a presença global e o ecossistema digital”, afirmou, em nota, Chris Kempczinski, CEO do McDonald’s.

Na primeira linha desse cardápio, o McDonald’s anunciou a meta de chegar a 50 mil restaurantes em todo o mundo nos próximos quatro anos. Na prática, isso implicaria na abertura de pouco mais de 8,8 mil unidades nesse intervalo, dado que a rede tem hoje uma base de 41.198 lojas.

A empresa ressaltou que as inaugurações previstas marcarão o “período de crescimento mais rápido” de sua história. Para efeito de comparação, o volume anual de aberturas para alcançar essa meta, de 2,2 mil unidades, ficará pouco abaixo dos 2.339 restaurantes que a rede tem atualmente na América Latina.

Em outra meta traçada, o McDonald’s quer adicionar 100 milhões de consumidores e chegar a uma base total de 250 milhões de usuários ativos em seu programa de fidelidade até 2027. Com esses membros respondendo por US$ 45 bilhões em vendas anuais ao fim desse período.

A rede também ressaltou seu apetite para avançar na adoção de tecnologias para trazer mais velocidade e eficiência às suas equipes e restaurantes. Sob essa lógica, o grupo aproveitou a ocasião para anunciar uma parceria estratégica com o Google nas áreas de inteligência artificial generativa e nuvem.

Segundo a empresa, a aplicação desses conceitos vai incluir, por exemplo, ferramentas personalizadas de inteligência artificial, desenvolvidas e alimentadas a partir de dados colhidos nas operações da rede “em todos os cantos do mundo”.

O McDonald’s prevê um crescimento próximo de 2% das vendas em 2024 e de cerca de 2,5% nos três anos seguintes. Nessa mesma base, a rede projeta despesas de capital de US$ 2,5 bilhões, no próximo ano, e aumentos sequenciais de US$ 300 milhões a US$ 500 milhões, a cada ano, até 2027.

As novas projeções chegam em um contexto no qual o grupo vem testemunhando uma mudança no perfil dos frequentadores dos seus restaurantes, com queda entre os consumidores de baixa renda, especialmente nos Estados Unidos, em virtude do cenário macroeconômico do país.

Em contrapartida, esse mesmo panorama ajuda a explicar a migração de parte dos clientes de outras faixas de renda, que estão trocando restaurantes mais caros por opções mais acessíveis. Uma tendência observada nas unidades do McDonald’s e ressaltada pelo seu CEO, há pouco mais de um mês.

“Oferecer opções acessíveis sempre foi fundamental para o sucesso do McDonald’s”, afirmou Kempczinski, quando a empresa divulgou o balanço do terceiro trimestre de 2023. “Mas continuamos ganhando participação junto aos consumidores de renda média e alta.”

Entre julho e setembro, o McDonald’s reportou uma receita global de US$ 6,69 bilhões, alta de 14% sobre igual período de 2022. Já no acumulado de janeiro a setembro, o crescimento nessa linha foi de 11%, para US$ 19,08 bilhões.

Por volta das 11h55 (horário local), as ações do McDonald’s estavam sendo negociadas com ligeira queda de 0,38% em Nova York, cotadas em US$ 285,45. No ano, os papéis da rede, avaliada em US$ 207 bilhões, acumulam alta de 8,3%.