O ano de 2023 mal havia começado quando a Amazon oficializou um rumor que começou a ganhar força dois meses antes. Naquela quarta-feira, 4 de janeiro, a demissão de 18 mil funcionários resultou, na prática, no maior lay-off da história da gigante americana, fundada em 1994.

Entretanto, passados pouco mais de dois meses desses desligamentos, na segunda-feira, 20 de março, a companhia acrescentou novos números a essa conta, ao anunciar uma segunda onda de reduções em sua equipe, envolvendo, dessa vez, o corte de 9 mil profissionais.

A decisão veio à tona por meio de um memorando interno, assinado pelo CEO Andy Jassy. O executivo, que substituiu Jeff Bezos no comando da operação em julho de 2021, usou exatamente 628 palavras para comunicar a má notícia.

Um trecho, porém, resume o que está por trás desses movimentos e ajuda a entender não apenas o motivo de a Amazon estar apertando os cintos, mas também, outras big techs. Nele, Jassy ressalta que, por vários anos, boa parte dos negócios da empresa adicionou um volume significativo de profissionais.

“Isso fazia sentido, em função do que estava acontecendo em nossos negócios e na economia como um todo”, escreve Jassy. “No entanto, dada a economia incerta em que nos encontramos, e a incerteza que existe no futuro próximo, tivemos que optar por ser mais racionais em nosso quadro e custos.”

Os números dão a exata medida do crescimento em rápida escala nos times da Amazon, antes dos recentes cortes. Do fim de 2019 até o quarto trimestre de 2021, a empresa ampliou seu quadro global de 798 mil funcionários para 1,6 milhão de profissionais.

Jassy também reservou um trecho do comunicado para explicar a razão de a empresa não ter divulgado essa nova onda de demissões já em janeiro. Segundo o executivo, nem todas as equipes concluíram suas análises sobre a necessidade de cortes em suas respectivas áreas.

“E, em vez de apressar essas avaliações sem a devida diligência, optamos por compartilhar essas decisões conforme as tomamos, para que as pessoas tivessem as informações o mais rápido possível”, afirmou. Ele acrescentou que todo esse processo deve ser concluído até meados de abril.

Nessa nova etapa, de acordo com o Jassy, as equipes mais afetadas pelos cortes serão os times da Amazon Web Services (AWS) e da Twitch, negócio de streaming de games do grupo, além das áreas de publicidade e de recursos humanos.

O CEO da Amazon observou ainda que, apesar de ser uma decisão difícil, a empresa avaliou que esse era o melhor caminho para a operação no longo prazo. E frisou que, à parte dos cortes, os funcionários verão algumas contratações em determinadas áreas estratégicas, nas quais a companhia irá priorizar a alocação de recursos. E finalizou:

“Continuo muito otimista em relação ao futuro e à miríade de oportunidades que temos, tanto em nossos maiores negócios, como Stores e AWS, quanto nas novas experiências e operações nas quais estamos investindo.”