O mercado de ações chinês está prestes a receber um golpe duro depois do CSI 300, principal índice de referência das ações chinesas, cair para seu menor patamar em cinco anos. O provedor de dados financeiros MSCI está eliminando dezenas de empresas chinesas dos seus índices de referência globais.

As mudanças serão implementadas em 29 de fevereiro. Serão removidas 76 empresas do MSCI China All Shares Indexes, e apenas quatro serão adicionadas (China Merchandise, Giant Biogene, Midea CO, Ningbo Sanxing Medical).

Com isso, o número de empresas chinesas no MSCI Global Standard Indexes reduziu significativamente, com 66 empresas sendo eliminadas. Entre as ações a serem cortadas estão as incorporadoras imobiliárias Gemdale Corporation., Greentown China Holdings Ltd., bem como a China Southern Airlines.

A saída desse índice global deve gerar um importante impacto para o já cambaleante mercado de ações chinês, pois representa um menor fluxo de investimento para esses papéis, uma vez que fundos que acompanham esses índices terão que se desfazer dessas posições.

Segundo dados da Bloomberg, há pelo menos US$ 5,9 bilhões em fundos de índices negociados em bolsa que acompanham o índice MSCI China, sendo o maior deles o ETF iShares MSCI China, listado nos EUA.

Esses índices também são referência para fundos de gestão ativa, que precisam bater esse benchmark. Uma mudança dessa magnitude na metodologia pode levar a uma guinada da alocação também em gestores ativos que investem em ações globais.

O peso da China nas carteiras globais tem diminuído devido às preocupações com o seu setor imobiliário e com o fraco consumo. E, ao mesmo tempo, alternativas como a Índia se tornam atrativas. Esse outro gigante asiático adicionou mais cinco empresas ao MSCI Global Standard Indexes, sem perder nenhuma.

Também na Ásia, houve três baixas em Hong Kong: Budweiser Brewing Co., APAC Ltd., New World Development Co. Já nas Américas, os Estados Unidos perderam duas empresas e ganharam outras quatro (Applovin Corporation, Corebridge Financial, Samsara e Williams-Sonoma). E o Brasil adicionou a Caixa Seguridade.

No total, 24 empresas serão adicionadas ao índice global do MSCI, enquanto 101 serão excluídas dela. A MSCI leva em consideração uma série de fatores ao incluir ações em seus índices padrão, como capitalização de mercado, flutuação livre e aumentos extremos de preços.