As vendas líquidas da construtora e incorporadora Plano&Plano encerraram o quarto trimestre de 2024 em queda de 45%, para um total de R$ 707 milhões. O número corresponde a uma comercialização de 3.064 unidades, 51,1% a menos do que o visto no mesmo período de 2023, de acordo com a prévia operacional divulgada pela companhia.

No acumulado do ano passado, por outro lado, as vendas líquidas da companhia bateram um recorde: R$ 3,4 bilhões, alta de 10%. Apenas no mercado privado, sem contar os programas do governo dos quais a Plano&Plano faz parte, essas vendas totalizaram R$ 3 bilhões, alta de 26%.

“Em 2024, a Plano&Plano se dedicou para aumentar sua diversificação de segmentos, que estava bastante focada no Minha Casa, Minha Vida faixa 2, 3 e 4. Vimos uma oportunidade no segmento faixa 1 urbano, que é muito aquecido e acabava ficando de lado, o que nos ajudou a atingir esses resultados”, afirma João Hopp, vice-presidente executivo e diretor de relações com investidores da Plano&Plano, ao NeoFeed.

Na visão do executivo, o benefício tributário concedido no início de 2024 a essa faixa de renda, que atinge no máximo R$ 2.640 mensais, trouxe grandes vantagens para os consumidores. Ele explica ainda que, para conseguir ter bons resultados com esse nicho, a empresa precisou passar a construir de forma ainda mais econômica, o que foi positivo.

Desta forma, mais de 30% dos lançamentos realizados pela companhia em 2024 foram destinados a esse segmento. No total, foram feitos 30 lançamentos no período, que ajudaram a companhia a bater o recorde de R$ 3,9 bilhões no ano, valorização de 16,1% em comparação com 2023.

Os empreendimentos lançados no trimestre, por outro lado, ficaram aquém dos números entregues nos mesmos três meses do ano anterior. A Plano&Plano lançou R$ 1,2 bilhão no quatro trimestre de 2024 contra os R$ 1,6 bilhão atingidos em 2023.

Com esses números, a construtora atingiu uma geração de caixa de R$ 260 milhões no ano e R$ 94 milhões no trimestre. A dívida líquida da companhia encerrou o ano em R$ 198,3 milhões.

“Esse foi um ano em que nós não precisamos investir tanto dinheiro como ocorreu em 2021 e 2022, então tudo que nós lançamos já está vendido e boa parte já está construída, o que nos deixa em um bom patamar de geração de caixa”, diz Hopp. “Em geral, o balanço da empresa está muito saudável, com dívida líquida negativa, o que nos anima para 2025”.

Na visão de Hopp, outro ponto positivo que a empresa carrega para este ano é o banco de terrenos. Em 2024, a construtora encerrou com R$ 27,6 bilhões no landbank, 131,6% a mais do que o resultado apresentado no 4º trimestre de de 2023.

Para ele, essa “sobra” trás bastante previsibilidade para as operações nos próximos anos, tirando a necessidade de estar sempre correndo atrás de novos espaços para suas obras.

Com esse banco, a empresa também está expandindo sua operação para a região metropolitana de São Paulo, onde aposta ter ainda mais vias de crescimento para as operações. Um dos lançamentos agendados já para este mês acontecerá em Barueri e terá valor geral de vendas (VGV) de R$ 738 milhões.

Para 2025, Hopp acredita que o segmento de classe baixa continuará se destacando em relação à classe média, já que os juros são um empecilho para essa segunda fatia da população.

A ação PLPL3, da Plano&Plano, acumula 21,5% de queda em 12 meses. O valor de mercado da companhia é de R$ 1,83 bilhão.