Os analistas do UBS BB estão otimistas com a geração de caixa e os resultados financeiros da Vivo, a ponto de acreditarem que a empresa tem espaço para aumentar o repasse de dividendos aos seus acionistas.

Por conta disso, os analistas Leonardo Olmos, Andre Salles e Lucas Chaves elevaram o preço-alvo das ações de R$ 48 para R$ 51, uma valorização de 20% sobre o preço de tela (R$ 42,35).

“Acreditamos que os dois fatores [geração de caixa e resultados] podem pavimentar o caminho para uma melhora na distribuição de dividendos indo adiante, com um dividend yield em torno de 6% no curto prazo, expandindo para 7% em 2025 e acima de 8% em 2026, segundo nossas estimativas”, diz trecho do relatório.

Mesmo tendo reduzido a expectativa para o lucro líquido em 2023 em 6%, para R$ 4 bilhões, os analistas do UBS BB revisaram as expectativas para a última linha do balanço da Vivo em 2024 e 2025 em 23% e 13%, respectivamente. Agora, eles estimam lucro de R$ 4,9 bilhões no próximo ano e de R$ 5,9 bilhões em 2025.

Segundo eles, uma parte da revisão foi provocada pelas menores expectativas com despesas de depreciação e amortização oriundas dos ativos adquiridos de telefonia móvel da Oi, avaliando que estão próximas dos níveis históricos.

Eles também elevaram as projeções para a receita de negócios fixos em 2% em 2024 e 2025, por conta do bom desempenho apurado nas linhas de negócios B2B, que inclui dados corporativos e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

No primeiro trimestre, a receita subiu 24%, em base anual, para R$ 1,1 bilhão, representando 28% da receita líquida dos negócios fixo no período. Para 2024 e 2025, o UBS BB calcula receitas de R$ 16,6 bilhões e R$ 17,5 bilhões, respectivamente.

“Vemos a possibilidade da receita de dados corporativos e TIC alcançar cerca de 11% da companhia no longo prazo”, diz trecho do relatório.

As estimativas para a parte de telefonia móvel foram mantidas, diante da redução das estimativas para a base de clientes e aumento da projeção da receita média por usuário (ARPU). Os dois movimentos foram provocados pela limpeza da base de clientes após a incorporação dos usuários dos serviços da Oi Móvel. Em 2024, a área de serviços móveis deve registrar uma receita de R$ 33,4 bilhões e de R$ 34,6 bilhões em 2025.

Os analistas destacaram que a expectativa de aumento do dividend yield ocorre antes da potencial redução do capital da Vivo. No começo do ano, a companhia aprovou entrar com um pedido na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para reduzir o capital social em até R$ 5 bilhões.

O movimento resultaria em mais recursos aos acionistas, considerando que a empresa informou à época que poderia repassar recursos aos investidores.

Para os analistas do UBS BB, a operação, se aprovada pela Anatel, pode elevar o dividend yield da Vivo para 8,1% em 2024, 9,2% em 2025 e 9,6% em 2026, caso a companhia opte de fato por repassar totalmente os recursos aos acionistas.

As ações da Vivo fecharam o pregão desta terça-feira, dia 27 de junho, com alta de 0,12%, a R$ 42,35. No ano, elas acumulam alta de 10,4%, levando o valor de mercado a R$ 70,8 bilhões.