Em viés acentuado de alta no acumulado de 2025, as ações do Alibaba ganharam um novo impulso na quarta-feira, 24 de setembro. Após subirem mais de 9% no pré-market da Bolsa de Nova York (Nyse), os papéis registravam uma valorização de 10,04% por volta das 11h10 (horário local).
A largada para essa nova disparada foi dada com a sinalização da gigante chinesa, avaliada em US$ 433,2 bilhões, de que planeja ampliar seus investimentos em inteligência artificial (IA). O movimento foi reforçado por lançamentos e atualizações do seu portfólio nesse espaço.
Esse apetite foi um dos temas destacados por Eddie Wu, CEO do Alibaba, na Alibaba Cloud, conferência de tecnologia do grupo. Segundo o executivo, a empresa deve superar a cifra destinada inicialmente a essa frente nos próximos três anos.
“Estamos avançando vigorosamente em uma iniciativa de infraestrutura de inteligência artificial de três anos e 380 bilhões de yuans com planos de sustentar e ampliar ainda mais nosso investimento de acordo com nossa visão estratégica em antecipação à era da superinteligência artificial”, disse Wu.
A meta original de 380 bilhões de yuans (US$ 53 bilhões) havia sido traçada em fevereiro desse ano. “A indústria de inteligência artificial se desenvolveu muito mais rápido do que esperávamos e a demanda por infraestrutura de IA também superou, em muito, as nossas expectativas”, observou o CEO.
Wu não divulgou uma nova estimativa de recursos a serem aplicados pelo Alibaba. A empresa revelou, porém, novos investimentos do Alibaba Cloud, com a abertura dos primeiros data centers dessa divisão no Brasil, na França e na Holanda.
Em 2026, a operação prevê ainda novos centros de dados no México, Japão, Coreia do Sul, Malásia e Emirados Árabes Unidos. Para Wu, por meio desses data centers, a divisão terá o poder computacional necessário para treinar e implantar grandes modelos de inteligência artificial.
Nessa direção, o pacote dessa quarta-feira também incluiu, entre outras novidades, a apresentação oficial do Qwen3-Max, a mais nova versão do modelo de linguagem (LLM, na sigla em inglês) de inteligência artificial do Alibaba.
Segundo a companhia, o modelo em questão, sua maior aposta até o momento em LLMs, superou o desempenho de plataformas rivais. Entre elas, o Claude da Anthropic, e o DeepSeek V3.1, da também chinesa DeepSeek.
Esse novo passo e a sinalização de ampliação dos investimentos em IA pelo Alibaba dialogam com outras iniciativas semelhantes de empresas chinesas como Tencent, Baidu e ByteDance – a controladora do TikTok – e a própria DeepSeek, que têm buscado avançar no mapa global da inteligência artificial.
Entretanto, no caso específico do Alibaba, há outros elementos por trás dessa visão favorável sobre a empresa. Entre eles, a notícia de que dois fundos da Ark Investment, de Cathie Wood, voltaram a montar posições na companhia, após um hiato de quatro anos, reforçando o interesse na companhia.
Cathie Wood está entre os investidores que aumentaram as apostas no Alibaba. Dois de seus fundos reabriram posições na empresa chinesa pela primeira vez em quatro anos, de acordo com um relatório de negociação da Ark Investment Management divulgado na segunda-feira.
“A economia de consumo está bastante fraca, há muita concorrência no negócio de consumo deles (do Alibaba), mas eles estão na nuvem e desenvolvendo LLMs muito interessantes”, afirmou Wood, segundo a agência Bloomberg, em um evento na Finlândia, também nessa quarta-feira.