A impaciência de Masayoshi Son com alguns de seus maiores investimentos, como o WeWork, cujo valor e credibilidade agonizam em praça pública depois de um IPO frustrado, pode ser resgatada por outro bilionário: o americano Paul Singer.
Conhecido por seus riscos calculados e seu ativismo insistente, Singer conseguiu desviar das manchetes até que, nesta quinta-feira, o jornal The Wall Street Journal revelou que sua Elliott Management desembolsou US$ 2,5 bilhões para comprar ações do Softbank, fundado e ainda liderado por Son.
Pelas cifras atuais, o fundo nova iorquino seria dono de 3% do gigante asiático. Mas mais do que deter ações do Softbank, a Elliott Management quer influenciar o rumo do fundo japonês – como é de praxe entre seus investimentos.
De acordo com a reportagem da publicação americana, os gestores do fundo têm se encontrado em conversas de tom colaborativo, a fim de melhorar a governança corporativa do Softbank.
Uma das propostas na mesa inclui aumentar a transparência e o gerenciamento dos US$ 100 bilhões levantados pelo Vision Fund, focado em investimentos em empresas mais maduras.
Além disso, a matéria cita que a Elliott tem encorajado Son e seu fundo a recomprar entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões de suas ações, para preencher a lacuna que existe entre o valor de mercado do fundo (US$ 94 bilhões) e o valor dos papéis das companhias na quais investe.
"Estamos de acordo que nossas ações estão profundamente desvalorizadas por parte dos investidores. O SoftBank é sempre receptivo com os conselhos e observações de seus acionistas", disse o porta-voz do fundo asiático ao WSJ.
O Elliott Management foi criado em 1977 por Paul Singer, em Nova York, que contava, na época com US$ 1,3 milhão arrecadado com amigos e familiares. Hoje, o fundo americano tem mais de US$ 35 bilhões em ativos sob sua responsabilidade, de acordo com a Forbes. Tesla, Dell e Roadrunner Transportation System são algumas das empresas no portfólio da Elliott.