A fintech de adquirência SumUp está avaliando a possibilidade de abrir seu capital, uma notícia que pode ter efeitos positivos para a Bolsa de Valores de Londres, que vem perdendo atratividade desde o Brexit, ocorrido em 2020.

A empresa considera um IPO no mercado britânico, numa operação que pode avaliá-la entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões, segundo o jornal Financial Times (FT)Abrir o capital em Nova York não está descartado.

Em 2022, a SumUp levantou € 590 milhões numa rodada liderada pela Bain Capital, sendo avaliada em € 8 bilhões — abaixo dos € 20 bilhões que pretendia inicialmente.

Fontes ouvidas pelo FT afirmaram que a SumUp discute a abertura de capital com bancos de investimento para o próximo ano, com os fundadores permanecendo como principais acionistas.

Os recursos obtidos com a operação seriam destinados principalmente à aquisição de concorrentes. Uma fonte ouvida pelo jornal afirmou que a companhia vê boas oportunidades para consolidar o mercado de pagamentos, especialmente o europeu.

Fundada na Alemanha em 2012, mas com sede em Londres, a SumUp atua em mais de 36 mercados na Europa, Estados Unidos, Oceania e América Latina, com mais de 4 milhões de clientes. No Brasil, opera desde 2012, oferecendo serviços como maquininhas, conta digital e empréstimos.

A notícia sobre a possível abertura de capital da SumUp surge num momento de crescente interesse dos investidores em fintechs europeias e britânicas. O grande destaque é a Revolut, que recentemente realizou uma rodada secundária na qual foi avaliada em US$ 75 bilhões.

O IPO da SumUp na Bolsa de Londres representaria uma vitória significativa para o mercado britânico, que não registra novas ofertas públicas há três anos e enfrenta uma debandada de companhias.

Muitas empresas estão trocando Londres por Nova York em busca de valuations mais elevados. É o caso da Wise, que anunciou em junho a intenção de tornar os Estados Unidos seu principal mercado acionário.

Antes dela, a empresa de aluguel de equipamentos para construção Ashtead anunciou, em dezembro do ano passado, planos para listar suas ações nos Estados Unidos. Foi a sexta companhia do FTSE 100, principal índice da Bolsa de Londres, a tomar essa decisão desde 2020.

A Shein, gigante chinesa do fast fashion, optou por realizar seu IPO em Hong Kong em vez de Londres, por um motivo específico. A empresa entrou com pedido de abertura de capital na Bolsa britânica há 19 meses, mas não obteve aprovação regulatória devido a falhas na divulgação dos riscos no prospecto da operação.