Quando a Latam entrou em recuperação judicial, a Azul Linhas Aéreas se movimentou para comprar suas operações. Naquele momento, no fim de 2021, Jerome Cadier, CEO da Latam, refutou uma união e disse que seria um competidor violentíssimo da Azul. Agora, é a vez da Gol entrar em recuperação judicial e ser o alvo da Azul.
Indagado sobre isso, John Rodgerson, CEO da Azul Linhas Aéreas, vai direto ao ponto. “O que eu diria para você é que o mercado é cruel, o mercado não tem amigos, o mercado é o que é. Então, temos um dever sempre para olhar a oportunidade que existe”, diz Rodgerson em entrevista ao programa É Negócio, parceria do NeoFeed e da CNN Brasil.
Na entrevista, que vai ao ar nesta segunda-feira, 15 de abril, as 23h30 na TV e nas plataformas da CNN Brasil, Rodgerson afirma que a Azul está acompanhando o que está acontecendo com a concorrente Gol. “Eu acho que há uma possibilidade que alguma coisa aconteça, mas eu estou super focado no que nós temos na Azul hoje.”
Uma união entre duas gigantes não seria algo trivial, sobretudo, porque criaria uma empresa com alta concentração de mercado – o que chamaria a atenção dos órgãos reguladores. “A TAP tem 90% do mercado em Portugal, a Avianca tem 70% da Colômbia, a British Airways tem 70% da Inglaterra. O que mercado precisa é de empresas fortes”, diz Rodgerson.
Sobre a concentração, ele diz que é necessário criar uma empresa aérea mais forte no Brasil para que não haja mais um voo de galinha de empresas aéreas nascerem e desaparecerem. “Olho a oportunidade para criar alguma coisa que é bom para o povo brasileiro, que cresce muito, que investe”, afirma o comandante da Azul.
O Brasil, diz ele, é um país mais difícil para operar uma empresa aérea por conta de questões estruturais. “O Brasil é muito complexo para fazer negócios, os desafios são gigantes, mas as oportunidades são gigantes”, afirma Rodgerson. Entre eles, o combustível mais caro do mundo, o câmbio volátil, entre outras questões.
Na conversa, Rodgerson fala sobre outros pontos cruciais como a alta judicialização no País, a renegociação da dívida da Azul, novos destinos que a empresa pretende voar, o programa Voa Brasil, as conversas que as empresas aéreas estão tendo com o governo e os erros cometidos ao longo de sua carreira.
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