No começo deste ano, a Microcity anunciou ao mercado que estava reformulando sua marca. A empresa, então, passou a se chamar Voke. A nova marca foi escolhida para representar a consolidação do negócio que foi formado a partir da fusão de diferentes players do segmento de outsourcing de TI, como Agasus e JR1 Informática.

Com 2,4 mil clientes e cerca de 35% de market share no setor de hardware as a service (HaaS), segundo dados do IDC, a Voke agora quer levar sua nova marca para o exterior. Em janeiro, a empresa vai inaugurar seu primeiro escritório fora do Brasil. Ficará em Dallas, no Texas.

A expansão internacional que será iniciada nos Estados Unidos terá como plano de fundo uma série de aquisições que a companhia pretende realizar no país para conseguir colocar de pé o seu modelo B2B de locação e venda de equipamentos de informática, além de tablets e smartphones.

“Houve uma provocação dos nossos clientes, que precisavam de soluções para suas operações em solo americano”, diz Renê Almeida, co-CEO da Voke, em entrevista ao NeoFeed. “É um extremamente fragmentado. A penetração de hardware as a service ainda é baixa, com as empresas ainda preferindo comprar os equipamentos.

O plano de M&As ainda está sendo costurado pela empresa, mas a ideia é buscar por negócios com modelos semelhantes e que já tenham bases de clientes no país. Segundo Almeida, o plano é “começar pequeno”, quando questionado em relação ao tamanho das aquisições.

Para pagar a conta, o plano é usar o próprio caixa, que Almeida diz estar saudável. A empresa não revela muitos dados financeiros, mas informa que obteve faturamento de R$ 424 milhões no ano passado. Cerca de 90% desta receita veio com a locação dos equipamentos e o restante com a venda de produtos seminovos.

De acordo com Almeida, a Voke não tem planos para captar dinheiro com investidores. Ainda assim, em setembro, a Voke entrou com um pedido na Comissão de Valores Mobiliários para o registro de companhia aberta categoria A.

Esse procedimento pode indicar que a empresa está considerando negociar ações na bolsa de valores. Perguntado sobre o registro, Almeida afirmou que o registro foi feito para facilitar a emissão de títulos de dívida. A Voke já captou cerca de R$ 500 milhões com títulos privados, a última captação foi em fevereiro, de R$ 300 milhões.

Ao expandir para os Estados Unidos, a Voke dá um passo na frente de concorrentes diretos de seu negócio no Brasil. A competição por aqui se dá contra a Simpress, que tem mais de 2 mil clientes no país e projeção de receita para este ano na casa de R$ 2 bilhões; e a Arklok, que tem 900 clientes e entre seus investidores está a Vinci Partners.

Outras rivais neste mercado são empresas que não necessariamente tem o hardware as a service como seu principal modelo de negócios. A Porto Seguro, por meio da Porto Ventures, por exemplo, ingressou neste mercado ao comprar participação na Plugify, startup que faz a locação de notebooks.

A Positivo também corre por fora. Em entrevista ao Números Falam, programa original do NeoFeed, Hélio Rotenberg, CEO da fabricante de dispositivos de informática, afirmou que crescer a divisão de hardware as a service é o maior desafio do negócio.