A REAG Capital Holding e o fundo Reag Alpha assinaram um termo de intenções com a B100 Controle e Participações, holding do Grupo Planner, para a venda do bloco de controle da CIABRASF – Companhia Brasileira de Serviços Financeiros. A operação envolve 5.655.015 ações ordinárias, equivalentes a 96,93% do capital da companhia.

Responsável por administração fiduciária, custódia, securitização e emissão de fundos e recebíveis, a CIABRASF tem mais de 700 fundos sob administração, patrimônio líquido próximo de R$ 240 bilhões. A empresa foi listada na B3 em março deste ano por meio de um IPO reverso a partir de um spin-off com a Reag. As ações, no entanto, quase não são negociadas devido a seu baixo free float.

O acordo firmado prevê que o Grupo Planner terá exclusividade por 60 dias para negociar a aquisição. Também é previsto, em caso de conclusão do negócio, a absorção da equipe e da estrutura da CIABRASF conforme necessidade operacional. A transação está condicionada à due diligence, aprovações regulatórias e assinatura dos contratos definitivos.

A venda da CIABRASF é mais um movimento no processo de reestruturação da REAG, iniciado após a empresa ser alvo de uma operação da Polícia Federal que investigava a suposta atuação do crime organizado no mercado financeiro.

Nos últimos dias, a companhia também anunciou a venda da Empírica Holding para a Smart Hub Participações, holding da SRM Asset. O negócio prevê o pagamento de até R$ 25 milhões, dividido em seis parcelas semestrais. Além disso, a Smart Hub assumirá integralmente obrigações contingentes relacionadas à aquisição anterior da Empírica pela REAG Asset Management, estimadas entre R$ 36 milhões e R$ 50 milhões – valores que dependerão do desempenho de receitas líquidas futuras até 2028.

O movimento contrasta com a trajetória acelerada de expansão da Reag, que se consolidou como a maior gestora independente do país, impulsionada por uma estratégia de crescimento inorgânico agressivo. A empresa protagonizou nos últimos anos diversas aquisições no mercado financeiro e de serviços, ampliando sua presença em segmentos como gestão de ativos, serviços fiduciários, estruturação de operações e crédito.

O avanço dos desinvestimentos foi acompanhado por uma reestruturação interna. João Carlos Mansur, fundador da REAG, renunciou ao cargo de presidente do conselho da Reag Investimentos. Outros membros da administração também deixaram a companhia, como o conselheiro Altair Tadeu Rossato, a diretora financeira Fabiana Franco e o conselheiro Silvano Gersztel.

Na sequência, Felipe Oppenheimer Pitanga Borges foi eleito presidente do conselho da Reag Investimentos, e Edson Inácio da Silva assumiu como novo diretor financeiro.

Foi fechado um acordo para venda do controle da Reag Investimentos para a Arandu Capital Holding, holding formada por executivos da própria empresa. A operação envolve 87,38% do capital social da companhia, por R$ 100 milhões, com pagamento adicional vinculado à receita da empresa por cinco anos.

A transação ainda depende do cumprimento de condições precedentes usuais, incluindo a realização de uma oferta pública de aquisição (OPA) para os acionistas minoritários, conforme exigido pelo artigo 254-A da Lei das S.A., pelas regras do Novo Mercado da B3 e pelo estatuto da companhia.

A venda foi aprovada pelo conselho de administração da REAG, com abstenção do fundador João Carlos Falbo Mansur, que renunciaria à presidência do colegiado dias depois. Em comunicado, a empresa afirmou que a decisão foi tomada para proteger a integridade da Reag Investimentos diante de especulações envolvendo a empresa.