Na disputa pelo mercado automobilístico no Brasil e América do Sul, a Stellantis acaba de dar um tiro de canhão. Dona de marcas como Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e outras, a companhia anunciou um investimento de R$ 30 bilhões na região pelos próximos cinco anos. É o maior da história da indústria automotiva no Brasil e América do Sul.

“A Stellantis é líder de mercado na América Latina e temos a missão de liderar a transformação energética no país”, diz Emanuele Cappellano, CEO da Stellantis para a América do Sul, ao programa É Negócio, parceria do NeoFeed e da CNN Brasil, que vai ao ar no domingo, 10 de março, na televisão e em todas as plataformas.

“Esses R$ 30 bilhões são para trazer 40 carros, novas tecnologias e novos negócios entre 2025 e 2030”, diz Cappellano. O investimento será feito também em novas motorizações híbridas até chegar no elétrico. “Vai depender da demanda dos nossos consumidores. Temos capacidade de desenvolver carros aqui no Brasil para a América Latina, desde o design até toda a parte técnica.”

A Stellantis conta com três fábricas no Brasil, uma em Betim (PE), outra em Goiana (PE) e também em Porto Real (RJ). “Para investir, para a indústria automotiva investir é ter previsibilidade e temos visto esforços do governo nos últimos anos para isso”, diz Cappellano. O programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), lançado no fim do ano passado, contribuiu para isso.

Ao contrário dos programas europeus que obrigam as montadoras a converterem suas produções para o modelo elétrico, o Mover estipula metas de redução de CO². Nesse sentido, sobretudo para o Brasil, é um ganho. Afinal, o país tem uma forte vocação para o etanol.

“O Brasil, em comparação com outras regiões do mundo, tem uma matriz energética extremamente limpa. O etanol dá uma contribuição fundamental nisso”, diz Cappellano. E prossegue. “O etanol, considerando o ciclo completo, desde a produção, é um ciclo que produz pouco CO² comparado com outras motorizações.”

Uma das grandes apostas da Stellantis é no motor bio-hybrid, desenvolvido pela empresa no Brasil. Ele combina flex e eletrificação. Com isso, é possível combinar o etanol com propulsores elétricos, tornando os modelos ainda mais eficientes no quesito emissão de carbono.

No programa É Negócio, Cappellano ainda fala da infraestrutura do Brasil para carro elétrico, a disputa com marcas chinesas, a entrada de novos players de tecnologia no negócio de montadoras, como administrar as mais de dez marcas do grupo, o que os consumidores buscam e muito mais.