O PayPal firmou uma parceria estratégica com a OpenAI para integrar sua carteira digital ao ChatGPT, tornando-se a primeira solução de pagamentos a operar diretamente no ambiente do chatbot de IA. O anúncio foi divulgado na terça-feira, 28 de outubro, junto com o balanço do terceiro trimestre. As ações do PayPal sobem 11% na abertura do pregão nos Estados Unidos.

Pelo acordo, a rede global do PayPal, que reúne milhões de lojistas, será conectada ao ChatGPT, tornando produtos de pequenas empresas e grandes marcas descobertos e compráveis dentro da plataforma.

A integração será viabilizada por meio do Agentic Commerce Protocol (ACP), tecnologia que permitirá aos usuários do ChatGPT concluir compras instantaneamente usando a carteira do PayPal, sem sair da conversa.

“A inteligência artificial está impulsionando a próxima onda de inovação em como os pagamentos são feitos e gerenciados”, disse, no anúncio, Michelle Gill, gerente-geral de Pequenas Empresas e Serviços Financeiros do PayPal.

O PayPal informou ainda que a inscrição com o recurso de sincronização de lojas será disponibilizada em breve, permitindo que comerciantes conectem seus catálogos diretamente às plataformas de IA.

A companhia também firmou, em maio, uma parceria com a Perplexity, que vai permitir a descoberta de lojistas e produtos via plataforma até o fim deste ano.

A empresa projeta que uma única integração com o PayPal torne os lojistas visíveis em múltiplas plataformas de compras baseadas em IA.

Segundo a companhia, outras superfícies de integração devem ser adicionadas futuramente, ampliando o alcance dos comerciantes em diferentes ecossistemas de inteligência artificial.

Além do anúncio da parceria com a OpenAI, o balanço acima das expectativas também ajudou a impulsionar os papéis da companhia.

No terceiro trimestre deste ano, o PayPal registrou lucro líquido de US$ 1,25 bilhão, alta de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior, com o lucro por ação (não-GAAP) em US$ 1,34, superando o consenso de mercado, que projetava US$ 1,21.

A receita avançou 7%, para US$ 8,4 bilhões, enquanto o volume total de pagamentos somou US$ 458 bilhões, crescimento de 8% na comparação anual.

O bom desempenho, impulsionado por experiências de marca (branded payments), serviços de processamento (PSP) e pela operação do Venmo, levou o PayPal a revisar para cima suas projeções para 2025.

A companhia agora espera um lucro por ação (GAAP) entre US$ 5,11 e US$ 5,15, ante a faixa anterior de US$ 4,90 a US$ 5,05, e um lucro por ação ajustado (não-GAAP) entre US$ 5,35 e US$ 5,39, acima da estimativa anterior de US$ 5,15 a US$ 5,30.

“Hoje somos uma empresa mais forte do que éramos há dois anos. Com vantagens competitivas diferenciadas, direção estratégica clara e um crescente impulso de execução, acreditamos estar excepcionalmente bem posicionados para vencer no futuro”, disse Alex Chriss, CEO do PayPal, na apresentação do balanço.