Uma das small caps da B3, a Plano&Plano entrou no radar dos bancos e casas de research após sua ação registrar uma valorização próxima de 350% nos últimos doze meses. Em junho, por exemplo, o BTG Pactual se referiu ao papel como uma “joia escondida” na bolsa de valores brasileira.

Agora, essa visão positiva sobre a construtora e incorporadora começa a ser compartilhada também pelo Santander. Com recomendação outperform (acima da média do mercado), o banco iniciou a cobertura do ativo com preço-alvo de R$ 13,50 para a ação.

O patamar em questão representa um potencial de valorização de 23,9% sobre o preço de fechamento no pregão da segunda-feira, 24 de julho, quando o papel encerrou as negociações do dia cotadas a R$ 10,90.

Um dos pilares que sustentam as perspectivas favoráveis para a empresa na tese do Santander é a retomada do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e, nesse contexto, “o forte posicionamento” da companhia no segmento de baixa renda na capital paulista.

“A Plano&Plano é uma das construtoras de baixa renda dominantes na cidade de São Paulo, com cerca de 25% de participação no MCMV em 2022, e também está aumentando sua exposição no segmento de baixa/média renda, que pode vir a representar aproximadamente 25% dos lançamentos da empresa”, ressaltam os analistas Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni.

Sob esse panorama, o relatório frisa que as condições para operar dentro do MCMV devem ganhar ainda mais fôlego a partir de medidas recentes aprovadas no âmbito do programa. Entre elas, a extensão do financiamento para imóveis de até R$ 350 mil, contra o teto anterior de R$ 264 mil.

“Em nossa opinião, as medidas provavelmente criação mais potencial para revisões positivas de lucros entre as construtoras de baixa renda em nosso universo de cobertura, refletindo grandes melhorias nas condições de acesso”, observa outro trecho do relatório.

Nesse cenário, o portfólio diversificado de produtos é mais um ponto positivo na visão dos analistas. Com as marcas Plano&Plano e Sppace, a construtora tem empreendimentos com tíquete médio que varia de R$ 220 mil a R$ 300 mil.

Ao mesmo tempo, o banco ressalta que, ao focar sua atuação em São Paulo, a construtora ampliou suas operações por meio de um modelo menos intensivo em capital. De 2022 a 2022, essa tese gerou um dos melhores retornos sobre patrimônio (ROE) entre os players que atuam nesse espaço, na casa de 55,7%.

A integração da Plano&Plano

Os analistas também destacam que esse modelo, que permite maior agilidade, eficiência e redução de custos no desenvolvimento de projetos, não traz prejuízos para a qualidade dos projetos, dado que a Plano&Plano ostenta o melhor NPS (Net Promoter Score, índice que mede a satisfação dos clientes) no segmento, de 8,6.

Outro fator salientado pelo trio é a atuação verticalmente integrada da construtora, da aquisição de terrenos à comercialização dos projetos. Nesse ponto, eles citam a plataforma com mais de 4 mil corretores associados, que responde por cerca de 70% das vendas.

“Além disso, a empresa tem um canal digital forte, que alcançou R$ 890 milhões em vendas contratadas em 2022, representando 52% das vendas totais no ano”, escrevem os analistas do Santander, que citam ainda questões macro favoráveis, como a perspectiva de maior estabilidade nos custos de construção.

Nesse cenário, o banco entende que a empresa tem boas perspectivas para executar o guidance de lançamentos de R$ 2,25 bilhões em 2023 e 2024. E projeta vendas líquidas para a operação de R$ 2,2 bilhões e de R$ 2,4 bilhões, respectivamente, no período.

Por volta do meio-dia, as ações da Plano&Plano estavam sendo negociadas com alta aproximada de 2%, dando a empresa um valor de mercado de R$ 2,25 bilhões. Em 2023, os papéis registram uma valorização próxima de 180%.