Na primeira semana de 2023, o Credit Suisse publicou um relatório elegendo a TIM e a Vivo como suas principais escolhas entre os ativos de telecom listados na B3, ao destacar que as ações da dupla estavam sendo negociadas com desconto e eram opções atraentes diante do cenário mais restritivo da bolsa.

Três meses depois, o banco suíço está reforçando essa visão, com uma leve preferência pela TIM. Publicado nesta segunda-feira, 13 de março, o novo relatório se baseia nas conversas que seus analistas tiveram com CEOs e executivos do setor durante a 6ª edição da TechFin & Telecom CEO Conference, realizada na semana passada.

A partir dessas interações, o Credit Suisse está mantendo a classificação de outperform (acima da média do mercado) e elevando o preço-alvo da ação da TIM, de R$ 15,50 para R$ 16, um upside de mais de 30% sobre a cotação atual do papel.

Ao mesmo tempo, o banco aumentou as estimativas de lucro líquido da operação em 7% em 2023, para R$ 1,98 bilhão, e em 1% para as linhas de receita e de Ebitda. Além de reduzir, também em 7%, as projeções de Capex no período, para R$ 4,4 bilhões.

Após conversar com executivos da TIM, o banco disse ter saído com a visão de que a operadora acredita que os benefícios da consolidação do mercado e da melhoria de qualidade e escala da empresa começarão a ser capturados em 2023.

“Com a aquisição da Oi, a TIM fechou não apenas uma lacuna de participação de mercado, mas um gap de espectro e qualidade. Paralelamente, a empresa tem investido significativamente na implantação do 5G, aumentando a percepção de qualidade dos clientes”, escreveram os analistas Daniel Federle e Victor Ricciuti.

A dupla destacou outros insights desses diálogos, como a percepção, por parte da TIM, de que o cenário de consolidação na telefonia móvel tornou as estratégias de preço mais racionais. E de que, por consequência, a empresa seguirá os recentes aumentos promovidos pela Vivo nos planos controle e pós-pago.

Em outra frente, a de telefonia fixa, a TIM entende que parcerias já firmadas para rede neutras serão uma forma importante de expandir os negócios e ofertas de serviços de fibra.

No caso da Vivo, os analistas mantiveram a classificação de outperform e o preço-alvo da ação em R$ 46, um potencial de alta de 17%. Em paralelo, ampliaram em 1% as projeções de crescimento de receita e de Ebitda para o ano, além de reduzir em 4% a previsão do lucro líquido no exercício.

Em relação à operadora, um dos pontos ressaltados é a expectativa de que a aquisição da Oi seja especialmente saudável para o segmento de pré-pago, no qual a empresa planeja elevar os preços em breve. Outro destaque são as ofertas no B2B.

“A Vivo vai muito além das telecomunicações, com um portfólio de produtos cada vez mais amplo de soluções digitais B2C e B2B que começam a ganhar força. A empresa possui uma enorme base de clientes e canais de comunicação eficientes que implicam um custo de aquisição de clientes baixíssimo para qualquer produto complementar que decida oferecer”, observam os analistas.

As ações da TIM, avaliada em R$ 29,8 bilhões, estavam sendo negociadas com ligeira alta de 0,9% por volta das 10h30 na B3. Já os papéis da Vivo registravam queda de 0,67% no mesmo horário, dando à empresa um valor de mercado de R$ 64,3 bilhões.