O avanço acelerado da inteligência artificial (IA), que permite a qualquer usuário criar imagens de diferentes formatos com apenas alguns comandos, fez dois dos maiores repositórios do mundo de fotografia, imagens e vídeos unirem forças.
A Getty Images e a Shutterstock anunciaram na manhã de terça-feira, 7 de janeiro, um acordo para unirem as operações, criando uma empresa de valor de mercado de US$ 3,7 bilhões e uma receita anual combinada de quase US$ 2 bilhões.
A operação prevê a incorporação da Shutterstock pela Getty Images. Os acionistas da Shutterstock poderão optar por receber US$ 28,85 por ação em dinheiro; ou 13,67 ações da Getty Images; ou uma combinação de 9,17 ações da Getty e US$ 9,50 em dinheiro para cada ação da Shutterstock que possuírem.
Após o fechamento da operação, que depende do cumprimento de requisitos comuns a esse tipo de transação, os acionistas da Getty Images deterão 54,7% da nova empresa, enquanto os investidores da Shutterstock ficarão com o restante (45,3%).
O acordo, aprovado de forma unânime pelos conselhos de administração das duas empresas, prevê ainda que o CEO da Getty Images, Craig Peters, comandará a empresa combinada, cujas ações permanecerão listadas na Bolsa de Nova York sob o ticker GETY.
A notícia animou os acionistas das duas empresas. As ações da Getty Images subiram mais de 46% no pré-mercado da Bolsa de Nova York, a US$ 3,74. Os papéis avançaram mais de 24%, a US$ 37,49. No ano, os ativos acumulam alta de 15,7% e queda de 2,02%, respectivamente.
A fusão da Getty Images com a Shutterstock vem no momento em que a indústria de conteúdo visual licenciado é pressionada pela IA generativa, com o surgimento de diversas ferramentas de geração de imagens e vídeos, como Midjourney e a DALL-E, da OpenAI.
A situação tem levado a um questionamento sobre o respeito a direitos autorais. A Getty Images abriu um processo contra a britânica a Stability AI, que criou uma plataforma de geração de imagens artificiais, em 2023, por supostamente desrespeitar os copyrights de suas imagens.
“Com o rápido aumento na demanda por conteúdo visual atraente em todos os setores, nunca houve um momento melhor para nossos dois negócios se unirem”, diz Peters, em nota. “Ao combinar nossos pontos fortes e complementares, podemos atender melhor as oportunidades, ao mesmo tempo em que entregamos valor excepcional aos nossos parceiros, colaboradores e acionistas.”
No terceiro trimestre, a Getty Images registrou um prejuízo de US$ 2,2 milhões, uma melhora ante a perda de US$ 18,4 milhões apurada no mesmo período de 2023. A receita cresceu 5%, para US$ 240,5 milhões.
A Shutterstock teve um lucro líquido de US$ 17,6 milhões no período, queda de 38%, com uma receita líquida de US$ 250,6 milhões, alta de 7,4%.