Neste fim de semana, o NeoFeed publicou uma reportagem revelando que três entidades que representam os produtores de vinhos brasileiros,  como a Uvibra, a Agavi e a Fecovinho, estavam pleiteando junto ao governo federal medidas para limitar a entrada de vinho importado no Brasil. Entre elas, o imposto de 27% da importação de rótulos chilenos e a aprovação prévia das licenças de importação para criar barreiras não tarifarias para os vinhos estrangeiros.

Após repercussão negativa das medidas, um dos membros da diretoria da Uvibra informa ao NeoFeed que a entidade já tomou a decisão de mudar o texto do documento enviado ao Ministério da Economia, no fim de maio, e retirar da pauta os itens polêmicos. Os termos estão também sendo negociados com os membros da Agavi e da Fecovinho. A troca de mensagens de WhatsApp entre os diretores da Uvibra para decidir o teor do novo texto é intensa.

"Estamos mudando o documento. Vamos tirar as linhas polêmicas. Estamos pegando as assinaturas e divulgar isso no máximo até amanhã", diz Deunir Argenta, presidente da Uvibra.

A recomendação jurídica da entidade é pela edição do documento em vez de enviar um novo texto para o governo. Não valeria a pena retirar o documento, porque isso atrasaria o trâmite da pauta, que está em análise pelos técnicos do Ministério da Economia desde 27 de maio.

Neste adendo, seria escrito que as três associações pedem a retirada de itens como a aprovação prévia das licenças de importação para criar barreiras não tarifárias para os vinhos estrangeiros. E focaria em pontos como o fundo Mondervitis e nos prêmios para os produtores nacionais para compensar os subsídios europeus aos vinhos.

Esses itens estão na contrapartida que o setor do vinho brasileiro negocia com o governo federal para o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Comunidade Europeia. Nele está previsto que o vinho brasileiro terá compensações.

A notícia de que produtores brasileiros pediam ao Ministério da Economia barreiras à importação de vinho caiu como uma bomba no setor. Um forte movimento de boicote ao vinho nacional começou a ser formado e assustou os diretores das entidades produtoras.

Ao mesmo tempo, diversos produtores nacionais começaram a se pronunciar, informando que desconheciam esta medida e que eram contrários a ela. “Achei o documento totalmente desnecessário neste momento. Ele serve somente para suscitar discórdias”, afirma Luís Henrique Zanini, enólogo das vinícolas gaúchas Vallontano e Era dos Ventos.

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