Mais uma temporada de balanços está prestes a começar e o Santander já está com expectativas elevadas. Por conta da melhora das condições econômicas do País, o banco espera que os resultados do terceiro trimestre sejam robustos.

As projeções para as 150 empresas que compõem o universo de cobertura do banco indicam uma expansão de 17,6% do lucro líquido do grupo, em relação ao mesmo período de 2021. Na mesma base de comparação, a receita deve expandir 16% e o Ebitda, em torno de 15%. 

“Nós esperamos resultados robustos no terceiro trimestre para o nosso universo de cobertura, tanto na comparação anual quanto na trimestral, em linha com a recente aceleração do crescimento do PIB, que foi revisado para cima pela equipe de macroeconomia do Santander e pelo mercado nos últimos meses”, diz trecho do relatório assinado por Aline Cardoso, estrategista institucional de ações para Brasil do banco. 

Segundo ela, diferentemente do visto no primeiro semestre, as empresas conseguiram repassar o aumento de custos aos consumidores no terceiro trimestre. E este reajuste de preços também ajudou as empresas a manterem as margens estáveis no período. 

O bom ambiente macroeconômico do terceiro trimestre foi particularmente benéfico para os setores de saúde, transportes, petróleo e gás e o setor imobiliário, abrangendo algumas construtoras e operadoras de shopping centers. 

Entre as companhias desse grupo, o Santander destaca a Rumo, prevendo um aumento de 45% do Ebitda e de 44% do lucro, em base anual. No período, a companhia de logística ferroviária controlado pela Cosan registrou forte expansão do volume de carga transportada e conseguiu obter boa rentabilidade com o serviço. 

“Acreditamos que a rentabilidade da Rumo no terceiro trimestre terá uma expansão na casa dos 15%, em base anual, graças à melhor visibilidade das safras e um ambiente de oferta e demanda positivo, com a maior parte do volume transportado já contratada”, diz trecho do relatório. 

Outros nomes destacados pela estrategista institucional de ações do Santander foram a Direcional, que novamente bateu recordes operacionais no terceiro trimestre, e a Arezzo&Co, por estar exposta a um público consumidor com maior poder aquisitivo, com marcas e canais de distribuição variados. 

O relatório traz ainda uma visão mista para as instituições financeiras. Pelo lado positivo,  elas devem ver um aumento de 18% do lucro líquido e de 15% receita líquida em relação ao terceiro trimestre do ano passado. 

Cardoso, contudo, destaca que o volume de empréstimos deve desacelerar, diante da forte base de comparação e de iniciativas tomadas pelos bancos para diminuir riscos, em meio à alta de juros. “A inadimplência deve apresentar um pouco de deterioração, permanecendo sob controle”, diz trecho do relatório. 

Quem não deve ir bem no trimestre são os setores de siderurgia e de mineração, que devem ver quedas 35% e 32% do Ebitda no terceiro trimestre, respectivamente. Segundo o Santander, as empresas sofreram com a queda dos preços do minério de ferro e do aço plano. 

Neste grupo, a Usiminas é quem deve apresentar resultados mais fracos, prejudicada pela queda de 15% do preço médio do aço plano no mercado doméstico em relação ao segundo trimestre. O recuo de 7% da cotação do aço longo no País, na mesma base de comparação, também prejudicou. A expectativa é de um recuo de 58% do Ebitda.