A Ri Happy concluiu renegociação com nove bancos para alongar a sua dívida em até cinco anos, informou Ronaldo Pereira Jr., CEO da varejista de brinquedos, em entrevista exclusiva ao NeoFeed.

A dívida, de R$ 289 milhões, vencia neste ano. Os principais credores eram Banco do Brasil, Santander e BV. Eram também credores Bradesco, Caixa, Daycoval, Original, ABC e Banco Industrial. A renegociação foi conduzida pela Starboard Partners, que faz assessoria de empresas em reestruturação.

Ao mesmo tempo, o Carlyle está fazendo um aporte de R$ 75 milhões que vai direto para o caixa da Ri Happy para normalizar os estoques para o Dia das Crianças, Black Friday e Natal, datas que são consideradas as mais importantes do varejo brasileiro.

“Estamos de volta ao jogo. A casa, agora, está arrumada”, afirma Pereira Jr. “Com essa página virada, todo mundo, agora, está focado em tocar a operação.”

O ajuste da Ri Happy envolveu também renegociações com shopping centers. Em locais onde a empresa tinha lojas da Ri Happy e da PK Kids, foi mantida apenas uma. Aproximadamente 20 lojas foram fechadas.

No saldo entre abrir e fechar, Pereira Jr. informa que o saldo, até o momento, é neutro. A Ri Happy tem, atualmente, cerca de 297 lojas. Aproximadamente 97 delas são franquias e 200, próprias. Destas, 246 são da marca Ri Happy e 51, PBKids.

Outro ajuste que está sendo feito pela Ri Happy é reavaliar as lojas consideradas grandes. De acordo com o CEO da Ri Happy, o tamanho ideal é de 600 metros quadrados. Cerca de 50 lojas estão acima desse patamar.

Neste caso, a Ri Happy está conversando diretamente com shoppings centers para adequar o espaço, o que significa redução dos custos do aluguel.

A reestruturação da Ri Happy envolveu também demissões de funcionários. Na retaguarda da Ri Happy, onde trabalhavam 500 pessoas, 10% deles foram desligados.

Com a dívida equacionada, Pereira Jr. estima que a Ri Happy atingirá um Ebitda entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões em 2023.

De acordo com ele, mesmo com as dificuldades desse primeiro semestre, que foram intensificadas por conta da crise da Americanas, a companhia conseguiu, nos primeiros seis meses do ano, ter um resultado igual ao mesmo período do ano passado.

No ano passado, o GMV da Ri Happy, que inclui o que foi movimentado nas lojas próprias, franqueados, e-commerce e marketplace, somou R$ 2,1 bilhão.

Esse é a segunda empresa do Carlyle da área de varejo que passa por dificuldades financeiras, cujo fundos são geridos atualmente pela SPX.

Na Tok&Stok, o Carlyle fez também um aporte de R$ 100 milhões e renegociou a dívida de R$ 350 milhões. A reestruturação da empresa culminou com a volta da fundadora Ghislaine Dubrule para o comando da empresa.