Elon Musk perdeu o trono do mercado de carros elétricos. O posto agora é ocupado por outra figura bastante conhecida do mercado, o megainvestidor Warren Buffett. A BYD, empresa chinesa que é investida pelo Berkshire Hathaway, superou a Tesla nas vendas de veículos elétricos nos primeiros seis meses deste ano.
Com sede em Shenzhen, a companhia vendeu 641 mil automóveis entre janeiro e o fim de junho. O volume é 300% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. A Tesla, por sua vez, comercializou 564 mil veículos no primeiro semestre, o que fez com que a empresa perdesse a liderança do mercado.
A Tesla culpa um segundo trimestre complicado pelos resultados que a colocaram na vice-liderança do setor. A empresa cita como motivos pelos números mais fracos a falta de peças e as interrupções das vendas na China por conta da pandemia, que novamente ligou o alerta das autoridades locais do país asiático.
A Tesla não foi a única afetada pelas restrições impostas na China. Empresas como Li Auto, Xpeng e. Nio, que também fabricam automóveis elétricos, também tiveram suas produções interrompidas. A BYD, por sua vez, deu sorte. A maioria das fábricas da empresa investida por Buffett está em regiões que não sofreram restrições severas.
Ao mesmo tempo em que fez a Tesla comer poeira neste ano, a BYD também ultrapassou a LG numa corrida particular entre as duas empresas asiáticas. Neste caso, a disputa é pela vice-liderança mundial entre as fabricantes de baterias. A líder de mercado é a chinesa Contemporary Amperex Technology, conhecida como CATL.
Avaliada em cerca de US$ 134 bilhões, a BYD se consolidou como uma das principais fabricantes de automóveis elétricos. No ano passado, a companhia registrou receita superior a 200 bilhões de yuan (algo em torno de US$ 29 bilhões). O lucro líquido foi próximo de US$ 446 milhões.
A Tesla anunciou a interrupção da produção dos carros em sua fábrica em Xangaí ainda em março. De acordo com a Reuters, isso se deu por conta de problemas na cadeia de suprimentos. Na costa central da China e com 25 milhões de habitantes, Xangai é uma das cidades mais afetadas pelo coronavírus. Nos últimos dias, surgiu a possibilidade de que a cidade realize um novo lockdown para conter a disseminação da variante Ômicron.