A colombiana Sura Seguros iniciou um movimento para se tornar conhecida, de fato, do motorista comum brasileiro. Até aqui, a empresa vinha atuando com donos de automóveis de luxo, com valores acima de R$ 220 mil. A estratégia, agora, é garantir o patrimônio dos proprietários de carros populares e competir com as gigantes do setor no País.
A seguradora vai usar o ano de 2025 para acelerar seu projeto e chegar à velocidade máxima em 2026. A prioridade é investir em tecnologia para deixar a companhia mais eficiente e conseguir atrair mais negócios com os donos de carros populares.
Para isso, a Sura projeta alocar US$ 14 milhões (cerca de R$ 86 milhões) em 21 projetos de desenvolvimento em várias áreas da companhia, incluindo atendimento direto ao cliente e o acesso mais fácil aos corretores.
“Precisamos de expansão geográfica e avançar em novos negócios, com um crescimento constante de receita, para chegar a esse objetivo. A gente sai de um mercado pequeno para uma presença mais ampla”, diz Jorge Mejía, CEO da Sura Seguros Brasil, ao NeoFeed.
Hoje, a companhia tem 1,8 milhão de clientes em todas as categorias de seguro em que atua - no País, a Sura não atua nos segmentos de saúde e de previdência. “A empresa tem experiência em autos e agora traz esse conhecimento de atuação em outros países em pessoas físicas. Queremos falar com esse público”, complementa.
Para se ter uma ideia desse mercado, a estimativa da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) é de que o setor cresça 10,1% em 2025, sobre a arrecadação de R$ 747,3 bilhões de 2024. A fatia de seguros de automóveis registrou alta de 2,2% em 2024 e ainda deve crescer 4,3% neste ano.
É de olho nesse alvo que a Sura planeja aumentar seu market share no País. “Hoje temos 0,8% de participação e queremos chegar a 2,6% em 2028”, afirma Mejía.
A companhia colombiana, que completou oito anos de atuação no Brasil desde que comprou a operação da inglesa RSA na região, está presente em sete países da América Latina (Chile, México, Panamá, República Dominicana, Uruguai, além de Brasil e Colômbia). Nos mercados colombiano e chileno, a Sura lidera o ranking de seguros de automóveis.
A Sura é a sexta maior companhia de seguros da América Latina, com faturamento de R$ 1,5 bilhão no Brasil em 2024, 25% acima do ano anterior, e tem como meta alcançar receita de R$ 5 bilhões no País até 2028.
Se ainda é pouco conhecida do motorista comum, a Sura tem uma parcela importante de atuação no segmento de frotas e empresas de transporte, que corresponde a 25% da receita da empresa no Brasil.
Ainda no segmento corporativo, a Sura hoje tem uma modalidade para criar programas personalizados a funcionários de outras empresas, principalmente no seguro residencial e de vida. O modelo representa 13% da receita da Sura e 40% das apólices de pessoas físicas.
Entre os clientes, estão colaboradores da C6 Bank, DPaschoal e Energisa. Recentemente, a seguradora firmou parceria com a Equatorial Energia, para oferecer planos residenciais e de seguros de vida aos clientes da distribuidora de energia em Alagoas, Amapá, Goiás, Maranhão, Pará, Piauí e Rio Grande do Sul.
A companhia colombiana, que tem faturamento global de US$ 5 bilhões, precisou aportar recursos na filial brasileira no cenário pós-pandemia. Mas, segundo o CEO, a expectativa é de que, até 2030, seja possível pagar o custo de capital e garantir retorno financeiro da operação aos acionistas.
“Se o tamanho no Brasil ainda não é tão expressivo, a gente acredita no potencial de crescimento. Há quatro anos, éramos uma empresa que faturava R$ 600 milhões. E mais do que dobramos. Por isso queremos diversificar nossa atuação no País”, explica Mejía.
Além de ter uma plataforma tecnológica mais eficiente para garantir a expansão do seguro auto, a Sura também irá aumentar o número de corretores, atualmente perto de 1.800. E também planeja investir em mais colaboradores.
“Hoje nosso turnover [indicador que mede a rotatividade de funcionários] é de 4,6%, o que mostra que as pessoas acreditam na empresa.” A Sura tem 350 colaboradores e deve passar para 400 em 2025.
Com atendimento nacional, a empresa vai ampliar sua base de atendimento mais direto, com unidades físicas. O objetivo é chegar ao fim de 2025 com quatro regionais no Brasil (São Paulo Capital, São Paulo Interior, Região Sul e outra regional para atender Centro-Oeste e Norte). A cidade de São Paulo responde por quase um terço do faturamento da empresa.