A rede varejista Via Varejo anunciou ao mercado na manhã de quinta-feira, 31 de agosto, que está se preparando para uma oferta primária subsequente de ações ordinárias no valor estimado de R$ 1 bilhão. O fato relevante do follow on informa que os bancos Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, Santander Brasil e o UBS Brasil Corretora de Câmbio foram contratados para a coordenar a oferta.

Segundo a companhia, a “potencial oferta terá como objetivo captar recursos para promover a melhora da estrutura de capital da Companhia, incluindo o reforço do capital de giro e o investimento em cotas subordinadas da operação de FIDC da carteira de crediário”.

Os acionistas de referência (Goldentree Fundo de Investimento em Ações, Michael Klein e Twinsf Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado – Investimento no Exterior) manifestaram a intenção de exercer os respectivos direitos de prioridade na Potencial Oferta. Todos os demais acionistas da companhia poderão participar da oferta por meio da oferta prioritária.

Segundo o fato relevante, a realização da oferta e seus termos e condições ainda precisam de aprovações, incluindo societárias.

Conforme antecipou o NeoFeed, a Via Varejo convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para o dia 1º de setembro para aprovar um aumento de capital, entre outros assuntos.

Desde esse anúncio, as ações da rede varejista acumulam seguidas quedas na bolsa de valores. No pregão de quarta, 30 de agosto, o papel recuou 7%. Com valor de mercado de R$ 2,1 bilhões, as ações da empresa acumulam perda de 44,3% no ano e -58,9% em 12 meses.

O potencial follow on acontece depois do último resultado da companhia não ter sido bom, apesar de ficar dentro do que era esperado. O prejuízo de R$ 492 milhões não ajudou nos planos de recuperação da empresa e na reestruturação da sua dívida.

O endividamento total da Via é de R$ 10,4 bilhões. Metade dessa dívida é de crediário, que será transformado em FIDC, o que ajuda a alterar a estrutura do funding. O primeiro fundo está sendo coordenado por BTG Pactual e a Polígono Capital.

Nos próximos 12 meses estão previstos vencimentos de quase R$ 1,8 bilhão. Hoje, estão em caixa R$ 2,8 bilhões.

Outras medidas além da reestruturação da dívida estão sendo realizadas pela empresa para reverter o cenário. Em entrevista ao NeoFeed, Renato Franklin, CEO da Via, afirmou que está montando um plano para focar onde a empresa é mais rentável. "Estamos apresentando um plano de transformação que muda completamente a meta e o mindset das pessoas", disse ele.

Nessa linha, a empresa vai reduzir de R$ 1 bilhão por ano para R$ 600 milhões o capital para investimentos, focando nas categorias que geram recorrência, como crediário, a antecipação de dinheiro para fornecedores, e fornecimento das linhas branca e marrom.