A XP encerrou o segundo trimestre com um ROAE ajustado (retorno sobre o patrimônio anualizado) de 24,4%, o que representou uma evolução de 223 pontos-base na comparação com igual período um ano antes.

O índice é um recorde para a empresa, assim como as marcas registradas em outras duas linhas do balanço entre abril e junho de 2025. A primeira, o lucro líquido ajustado de R$ 1,32 bilhão, alta anual de 18%, que foi acima do consenso da Bloomberg. E, a segunda, o lucro por ação, que avançou 22% na mesma base de comparação, para R$ 2,46.

“A empresa está extremamente capitalizada”, disse Victor Manzur, CFO da XP, em coletiva a jornalistas. “E, para este ano, nós esperamos que 50% ou mais do lucro líquido seja distribuído para os acionistas. E o nosso board vai discutir essa divisão entre dividendo e recompra”.

O CFO lembrou que a XP já fez um programa de recompra, de R$ 1 bilhão, neste ano. E que tem outro programa em aberto, com esse mesmo montante, com até doze meses para ser executado.

No segundo trimestre, a receita bruta cresceu 4%, para R$ 4,7 bilhões, puxada, especialmente, pela receita do varejo, que avançou 9%, para R$ 3,5 bilhões. Aqui, porém, na contramão do que foi observado no primeiro trimestre, os ganhos com a renda variável voltaram a superar os de renda fixa.

Mesmo com uma queda anual de 8%, a receita da renda variável somou R$ 1,03 bilhão e teve uma expansão de 7% em relação ao primeiro trimestre de 2025. Na renda fixa, apesar do retorno ao “segundo lugar” no varejo, houve um crescimento de 20%, para R$ 988 milhões.

Em contrapartida, houve uma retração de 13%, na receita de Grandes Empresas e Mercado de Capitais, para R$ 547 milhões, o que a XP atribuiu à forte base de comparação do segundo trimestre de 2024, quando a companhia apurou o maior ganho da sua história em Mercado de Capitais.

No detalhe desses números, essa última frente teve queda de 30%, em base anual, para R$ 268 milhões. Em um contraponto, a receita de Grandes Empresas teve uma expansão de 14%, para R$ 279 milhões, com uma retração, porém, de 1% em relação ao primeiro trimestre de 2025.

“É sempre muito difícil falar, estamos vendo muita volatilidade, não só nos Estados Unidos, mas também no Brasil”, disse Mansur. “Mas, a princípio, o segundo semestre deveria ser melhor que o primeiro. Além do volume médio da B3 subindo gradualmente, dia a dia, temos 6 dias úteis a mais.”

Recordes à parte, a XP mostrou desaceleração em outros indicadores. Entre eles, a captação líquida, que foi de R$ 10 bilhões, 70% inferior ao montante divulgado um ano antes. A captação líquida no varejo, por sua vez, a cifra de R$ 16 bilhões representou uma retração de 34% sobre igual período de 2024.

Já o número de 18,2 mil assessores ficou praticamente estável em relação aos 18,3 mil reportados no segundo trimestre do ano passado. Na outra ponta, a base de clientes cresceu 2%, para R$ 4,7 milhões, enquanto o volume de ativos totais sob gestão e administração avançou 17%, para R$ 1,9 trilhão.

As ações da XP encerraram o pregão desta segunda-feira, 18 de agosto, cotadas a US$ 17,50 na Nasdaq, ligeira queda de 0,34%. Em 2025, os papéis têm alta acumulada, porém, de 47,6%, dando à empresa um valor de mercado de US$ 9,2 bilhões.

*Reportagem atualização às 18h20 com as informações do CFO da companhia.