Desde setembro do ano passado, quando recebeu um aporte de US$ 250 milhões liderado pelo Softbank que o tornou em um unicórnio, o QuintoAndar acelerou uma série de projetos. O principal deles foi a entrada na área de compra e venda de imóveis, que estreou em São Paulo, no início deste ano.
Agora, esse projeto dá um novo passo. A partir desta segunda-feira, 3 de agosto, a imobiliária digital, que tem R$ 30 bilhões de ativos sob gestão, está expandindo sua operação de compra e venda e começará a cadastrar imóveis no Rio de Janeiro.
O QuintoAndar vai começar atuando no Centro e Zona Sul e gradualmente expandirá para outra regiões do Rio de Janeiro. A startup não fornece estimativas de quantos imóveis pretende cadastrar, nem o nível de negócios estimado com a operação.
“Abrimos em São Paulo e testamos o mercado”, diz Vicente Batista, head da operação de compra e venda. “Agora, chegamos ao Rio de Janeiro e o plano é gradualmente levá-la para outras cidades.”
A startup atua em mais de 30 cidades, incluindo as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis. Mas só São Paulo e, agora, Rio de Janeiro têm as operações de compra e venda.
O QuintoAndar não fornece dados sobre o desempenho da operação de compra e venda de imóvel em São Paulo. Diz apenas que a plataforma conta com mais de 8 mil imóveis cadastrados e que foram feitas centenas de vendas neste período. As buscas nessa área totalizaram mais de 5 milhões.
De acordo com Batista, a venda de um imóvel, na cidade de São Paulo, que demorava, em média, 420 dias caiu para 56 dias na plataforma do QuintoAndar.
O executivo justifica essa redução de tempo ao fato de a plataforma ajudar o usuário na escolha virtual do imóvel. Assim, o número de visitas presenciais são apenas naqueles em que há interesse de comprar.
Além disso, Batista diz que o QuintoAndar resolve uma série de entraves que dificultam a venda, como saber a situação legal do imóvel e reduzir a burocracia para obter a documentação necessária para a compra
O modelo de negócios do QuintoAndar, ressaltou Batista, não envolve a compra para a reforma do apartamento e a posterior venda. “Fazemos apenas a intermediação e cobramos uma taxa de 6%”, diz o executivo.
Embora não tenha citado nomes, a referência é à Loft, startup que compra apartamentos, dando liquidez imediata a quem quer vender o imóvel, para depois reformá-lo e revendê-lo.
Assim como o QuintoAndar, a Loft é um unicórnio e recebeu um aporte de US$ 175 milhões, liderado pelos fundos Andreessen Horowitz e Vulcan Capital. Em julho, comprou o Uotel, que mescla o modelo de negócio do Airbnb com hotelaria, e ampliou sua área de atuação.
Além da Loft, o QuintoAndar conta ainda com concorrentes na área de classificados online tradicionais, como OLX e o grupo Viva Real ZAP, cujo sócio é o grupo Globo.
Durante a pandemia, o QuintoAndar, que aluga imóveis sem fiador, teve de pagar R$ 50 milhões aos proprietários por conta da inadimplência dos inquilinos. O valor representa um quarto dos R$ 200 milhões dos pagamentos feitos pela startup desde que esse serviço estreou, em 2015.