A Incognia abasteceu o caixa com um novo aporte e agora está pronta para reforçar sua presença nos Estados Unidos. Nesta quarta-feira, 31 de janeiro, a idtech, que oferece soluções baseadas em geolocalização para a prevenção de fraudes, anunciou a captação de US$ 31 milhões em rodada de série B.
O investimento, que avalia a startup fundada e comandada por André Ferraz em US$ 181 milhões, é liderado pela Bessemer Venture Partners. A gestora americana é conhecida por investir em segurança digital, além de já ter feito apostas certeiras em negócios como LinkedIn, Twitch, Pinterest e Shopify.
A rodada também contou com a participação da gestora americana FJ Labs e de investidores que já eram acionistas do negócio, como Valor Capital, Prosus e Unbox Capital. Executivos de empresas como PayPal, Airbnb, Nextdoor e Affirm também fazem parte do captable, mas os nomes são mantidos em sigilo.
A ideia era ir atrás de uma nova injeção de capital somente no fim do ano. “Adiantamos a estratégia porque era uma oportunidade de trabalhar com um fundo que queríamos e que nos procurou”, diz Ferraz, em entrevista ao NeoFeed. “Ainda tínhamos mais da metade do valor que captamos na série A.”
O novo aporte financeiro vem uma década após a companhia ter sido fundada, em Recife, e sob a marca InLoco. Inicialmente o modelo de negócio era baseado em oferecer a solução de geolocalização para o mercado de publicidade. A mudança de rota (e de nome) veio em 2021 com o objetivo de trabalhar com segurança digital.
O que a Incognia faz é oferecer uma plataforma que utiliza recursos de geolocalização para impedir fraudes. Transações feitas por hackers em localizações que não são habituais do dono de uma conta bancária, por exemplo, podem ser barradas graças à tecnologia.
Atualmente, a idtech atende cerca de 378 milhões de usuários de serviços como iFood, Banco BMG, Banco PAN, Serasa Experian, entre outros. São cerca de 30 empresas na carteira de clientes – parte delas possuem contratos de confidencialidade e que impedem a divulgação.
Ferraz não abre os números financeiros do negócio, mas diz que a receita quadruplicou desde a última captação e agora espera crescer 150% em 2024. Para o próximo ano, a estimativa é de dobrar o faturamento.
Para conseguir fazer isso, a Incognia quer avançar em sua estratégia de internacionalização. Atualmente cerca de 30% da receita já vem do exterior, sendo a maior parte nos Estados Unidos. A expectativa é terminar o ano com mais da metade do faturamento obtido fora do Brasil.
A série B vai ajudar neste objetivo. O dinheiro será destinado para três frentes: tecnologia, vendas e infraestrutura. A primeira é considerada a mais importante para Ferraz. “A fraude é muito dinâmica, você não pode parar de investir”, diz Ferraz. “Esse é o principal erro das empresas deste setor.”
O restante do dinheiro será usado para aumentar o time de vendas e com mais foco nos Estados Unidos. “Há uma demanda grande das companhias que atuam com marketplace e gig economy por serviços deste tipo”, diz Ferraz.
Se conseguir atender essas empresas, o empresário estima que a Incognia irá, dentro dos próximos 18 meses, atuar na prevenção de fraude de mais de 1 bilhão de pessoas. “Isso exige muito investimento em computação em nuvem”, afirma o empresário.
A Incognia não é a única idtech brasileira que vem fazendo barulho no cenário de venture capital. Unicórnio desde 2021 sendo investida por General Atlantic e Softbank, a unico também oferece soluções para fazer a autenticação da identidade dos usuários e prevenir fraudes.