Em processo de captação de seu terceiro fundo - agora, de US$ 50 milhões - com foco em agtechs na América Latina, a The Yield Lab está ampliando o seu raio na busca por investidores.
Como parte desse direcionamento, a gestora americana anunciou nesta semana a abertura de um escritório no México que entrará em funcionamento a partir de março do ano que vem. Depois disso, a gestora vai focar esforços para desembarcar na Colômbia. Os dois movimentos foram antecipados com exclusividade ao NeoFeed.
“O plano é criar uma rede estratégica com investidores locais que ajudem as startups a crescer regionalmente, explorando novos mercados”, diz Kieran Gartlan, managing partner da The Yield Lab no Brasil, ao NeoFeed. “Ter uma base de investidores em cada país também é um atrativo a mais para as startups que nos buscam.”
Com a inclusão de México e Colômbia, a The Yield Lab terá operações físicas em cinco países da América Latina. Atualmente, como diz Gartlan, a gestora já está com boots on the ground no Brasil, na Argentina e no Chile.
A diferença para outras gestoras que também buscam, fora do Brasil, os cheques para fecharem seus fundos está no modelo de captação. Enquanto a maior parte das empresas de capital de risco foca em investidores já acostumados com o jogo do venture capital, a The Yield Lab coloca no radar quem ainda está fora desse meio.
Parte da captação do novo fundo de US$ 50 milhões vem de grandes fazendeiros ou de organizações que operam com redes de produtores rurais, e que vão utilizar as soluções dessas empresas de tecnologia em seus negócios.
“A gente analisa a fazenda e as startups que podem engajar”, diz Gartlan. “É uma forma de criar investidores que não vão só injetar dinheiro, mas impulsionar o crescimento das startups.”
Tanto no México como na Colômbia, a The Yield Lab espera conseguir captar entre US$ 3 milhões e US$ 5 milhões com os investidores locais. No Brasil, isso foi feito através de uma parceria firmada em junho do ano passado com a Agtech Garage, hub de inovação com sede em Piracicaba, no interior de São Paulo.
Em cada fundo local, a The Yield Lab espera captar entre US$ 3 milhões e US$ 5 milhões. Todo o dinheiro é vinculado ao fundo de US$ 50 milhões que será usado para fazer entre 25 e 30 investimentos em agtechs na América Latina, sendo 40% desse valor destinado para startups no Brasil.
No País, aliás, a The Yield Lab já usou o dinheiro captado em seus dois fundos anteriores para investir em startups como TerraMagna, Seedz, Agroforte, Voa e @Tech. Em entrevista anterior ao NeoFeed, em maio desse ano, Gartlan disse acreditar que o primeiro unicórnio agro da América Latina sairá do mercado brasileiro.
Com esse terceiro fundo, o plano é entrar em startups asset light e que busquem seed. A gestora americana poderá acompanhar os investimentos até rodadas de Série B. “A gente começa com cheques entre US$ 200 mil e US$ 300 mil e podemos ir até US$ 1,5 milhão”, afirma Gartlan. Os aportes são sempre feitos em conjunto com outros investidores.
Após realizar o first closing em julho, a The Yield Lab agora concentra esforços para terminar o ano com cerca de US$ 30 milhões captados. A ideia é terminar a captação em março de 2023. “A captação está indo bem”, diz Gartlan. “A gente está no contrafluxo. Em tempos de crise no mercado financeiro, o agro sempre foi bem”.